
Pierre Schurmann.
Pierre Schurmann, empreendedor por trás do fundo Bossa Nova, acaba de criar a Keiretsu Software, uma companhia com um capital de R$ 100 milhões destinados à meta de comprar participações em entre 40 a 70 startups com produtos no modelo de software como serviço (SaaS) até o final de 2020.
A conta fecha porque o modelo de negócio não é adquirir o controle dos fundadores, que mantém uma parte das suas empresas, além de uma participação na Keiretsu Software como um todo (Keiretsu é um termo japonês para designar um grupo de empresas que operam de forma cooperada).
O modelo, inédito no Brasil, é o mesmo da Constellation Software, grupo canadense de capital aberto de mais de 250 empresas listado na Bolsa de Toronto e com um faturamento que hoje gira na casa dos US$ 3,1 bilhões.
Desde 1995, a empresa já concluiu mais de 400 aquisições de pequenas, médias e grandes empresas de software em mais de 80 mercados verticais.
Duas delas foram no Brasil, feitas neste ano, o que pode ter despertado o faro de Schurmann. A Costellation levou a Apdata, de soluções de gestão de recursos humanos, e Aurum, desenvolvedora dos softwares jurídicos Astrea e Themis.
A Keiretsu Software busca negócios que tenham pelo menos 2 anos em operação, faturem entre R$ 2 milhões e R$ 10 milhões e não tenham ainda recebido investimentos de fundos.
Até o final de 2025, a previsão é atingir receita total de R$ 1 bilhão proveniente do seu portfólio de empresas.
“Este modelo incentiva todos os empreendedores a focarem no crescimento de seus negócios, já que, ao terem participação no grupo, quando uma startup alcança boa performance todos os demais ganham”, explica Schurmann.
Por meio da Bossa Nova, Schurmann fez 400 investimentos em três anos, tornando o fundo um dos mais ativos no país em uma categoria chamada pela própria empresa de “pré-seed de VC”, ou seja, fazendo aportes mais modestos antes da entrada dos fundos de investimento propriamente ditos.
A Keiretsu Software está numa fase adiante e visa oferecer retorno aos investidores anjo que fizeram aportes pequenos, ou aos funcionários das startups, que receberam cotas como pagamento.
“Quero permitir que os fundadores, investidores anjo e bons times tenham uma real possibilidade de liquidez. Acredito que essa é a etapa que falta para fechar o ciclo para muitos que acreditam no potencial do mercado de startups no Brasil”, afirma Schurmann, que seguirá como presidente do conselho da Bossa Nova.
Pierre Schurmann está entre os empresários que inauguraram o mercado de Internet no Brasil.
Em 1997, foi co-fundador do Zeek!, site de busca adquirido um ano após seu lançamento pela StarMedia, empresa em que assumiu a Diretoria de Novos Negócios.
Em seguida, foi co-fundador e vice-presidente da Ideia.com, co-fundador e CEO da Conectis Experience Marketing, do Experience Club e da Bossa Nova Investimentos, que se tornou a maior investidora de startups da América Latina e tem como sócios os empresários João Kepler, Thiago Oliveira e o Grupo BMG.