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Fernando Martins. Foto: Daniel Pera / Intel
A Intel anunciou um plano de expansão no Brasil ao estilo JK.
No ano em que a operação brasileira completa 25 anos, a empresa divulgou um plano de investimentos batizado de “25 anos em 5”, lembrando os famosos “50 anos em 5” de Juscelino Kubitschek.
“Vamos investir em cinco anos o mesmo valor de colocado no país desde a fundação da filial”, promete Fernando Martins, presidente da Intel do Brasil, durante apresentação no Intel Developers Forum nesta terça-feira, 15.
Como é praxe entre os presidentes de multinacionais no país, Martins não deu detalhes financeiros sobre quais serão os valores investidos ou qual exatamente será o foco do gasto.
Pressionado por repórteres, o comandante da Intel do Brasil entregou apenas que os investimentos já feitos no país estão na “numa ordem de magnitude na casa dos bilhões de dólares”.
Assumindo que o investimento foi de US$ 1 bilhão, o que representaria uma média anual de US$ 40 milhões – os próximos cinco anos teriam um orçamento de US$ 200 milhões cada.
Muito dinheiro? Pode ser, mas a verdade é que na economia da bola da vez, em poucos setores o Brasil é tão bola da vez como na indústria de PCs, o principal cliente dos chips da Intel.
Enquanto nos Estados Unidos as vendas de computadores caíram 3,5% no primeiro trimestre e cresceram apenas 1,9% na média mundial, no Brasil houve alta de 12% no ano ado
As 5,4 milhões de unidades vendidas, das quais 55% foram de notebooks e netbooks, transformam o Brasil no terceiro maior mercado mundial de computadores, fato ressaltado por executivos da Intel à exaustão.
A desaceleração global influenciou nos resultados da Intel, que no primeiro trimestre cresceu escassos 0,3%, para US$ 12,9 bilhoes.
Enquanto isso, a subsidiária aumentou o faturamento “acima de 20%” em 2011 e mantém uma média histórica “de dois dígitos”, revela Martins.
Alguns anúncios feitos durante o Intel Developers Forum - que por sinal só acontece também nos Estados Unidos e China, o primeiro e o segundo mercados mundiais de PCs - mostram como a estratégia será executada no país.
A Intel reforçou sua atuação junto aos desenvolvedores de software brasileiros, contratando profissionais para assumir a relação com o mercado e começou e fez doações de equipamentos para USP, Unicamp e UFMG, se aproximando das universidades.
Mais investimentos do Intel Capital em startups brasileiras pode estar nos planos também. Desde que chegou ao Brasil, em 1999, o fundo investiu US$ 75 milhões em 25 empresas.
Ao mesmo tempo, os OEMs da empresa no país preparam a fabricação nacional dos ultrabooks a “combinação perfeita” de tablet e notebook com a qual a Intel quer reanimar a indústria de PCs.
Só na campanha de marketing em nível mundial serão investidos US$ 1 bilhão, na maior ação desde o lançamento da linha Centrino, há uma década. Até o final do ano, devem ser lançados 110 novos modelos.
No Brasil, entre máquinas locais e importadas, estarão disponíveis no mercado 20 modelos, de 11 fabricantes.
A expectativa do mercado é que as empresas consigam colocar no mercado um modelo por menos de R$ 2 mil, o que não aconteceu até agora, e aquecer as vendas no Natal.
Falta apenas o anúncio de um parceiro local para fabricar smartphones com chips da Intel, nos moldes do que já acontece com a Lava na Índia e a Lenovo na China, entre outros.
Nessa área a Qualcomm saiu na frente ao anunciar uma parceria com a CCE para fabricar tablets e smartphones de baixo custo no Brasil. Não deve demorar muito para a Intel dar uma resposta.
* Maurício Renner cobre o Intel Developers Forum à convite da Intel