
E se a infraestrutura da sua empresa fosse diferente? Foto: Pexels.
A velocidade e facilidade com que as informações são disponibilizadas e adas na era digital – a nossa – faz com que a inovação seja uma demanda latente para todos os tipos de negócio. O mundo evolui, e com ele as necessidades, objetivos e soluções.
Volte um pouco no tempo e lembre de quando era criança e ouvia a pergunta:
- O que você quer ser quando crescer?
Se você fosse um menino no meio dos anos sessenta e vivesse na “cidade”, provavelmente o sonho nº 1 seria: astronauta. Enquanto isso, uma menina na mesma época possivelmente responderia professora ou enfermeira. Hoje em dia, se perguntarem para qualquer menino ou menina, a resposta vem na lata: YouTuber. Sonhos devem ser alimentados e estimulados, sempre com apoio e orientação, afinal, são eles que nos movem.
Se trouxermos para o mundo corporativo, toda empresa também tem seus sonhos e os usa como norte para evoluir e inovar. O perigo é quando junto vem o desejo de revolução total.
Muitas corporações sofrem pressão de vários lados para copiar aquela Startup do momento, seja por modelos de negócio em declínio, novas gerações assumindo posições de istração em empresas familiares, coaches disso e daquilo trazendo o que existe de mais moderno: transformação digital, metodologias ágeis, processo de contratação divertido, escritórios modernosos e ambiente “cool”. Mas isso basta?
Em muitos casos, responder desta forma às pressões por inovação provoca frustrações, e pode acabar de vez com um negócio. Se aquela criança que queria ser astronauta – hoje em dia um “tiozão” já – simplesmente atualizar o guarda-roupa e aprender gírias modernas, conseguirá se enturmar na balada e virar YouTuber?
Toda empresa tem uma estória. Bases sólidas são essenciais para a sobrevivência no mercado. Em tempos de pandemia estamos vendo e vivendo isso na pele. A gestão da inovação é o que faz com que grandes empresas continuem sendo ou voltem a ser competitivas no mercado.
É importante pontuar uma visão de que, apesar do constante crescimento de transações na Internet, vários negócios acontecem “fora dela”. Em sua maioria, transações são digitais, de curto prazo e baixo valor enquanto negócios são analógicos, de longo prazo e alto valor.
Em nossos sonhos quando pensamos em inovação nos vem à cabeça viagens espaciais, carros elétricos, aquele “gadget” que conversa com você e automatiza toda sua casa ou escritório. Praticamente a visão dos Jetsons.
Esse tipo de inovação é necessário e fundamental. Empresas já estabelecidas, a todo momento tornam seus produtos e serviços mais eficientes, seguros, baratos e abrangentes.
Vamos agora pensar na forma como consumimos recursos e em como criar plataformas para inovação.
Se tomarmos como exemplo o período desde o nascimento de um bebê até que atinja dois anos de idade, o tamanho de seu pé cresce a uma velocidade espantosa. Na média são doze trocas de tamanho de calçado neste período, praticamente uma a cada dois meses.
É um baita negócio vender calçado para crianças. Aí vem o desafio: como inovar neste negócio? Criar um calçado que cresce junto com o pé da criança? Impressão 3D? Calçado modular? Nada disso. Uma marca muito consagrada no mundo inteiro, com mais de cinquenta anos de existência, especialista e detentora da mais alta tecnologia de calçados criou um serviço de para seus calçados. Nesse modelo os pais não compram o calçado.
Por uma mensal, bimestral ou trimestral, a empresa enviará para a casa dos pais pares de calçados para os filhos. Usa enquanto serve e depois devolve. Além disso, caso os modelos não caiam no gosto ou não sirvam, podem ser trocados. Exemplo de inovação com foco no modelo de consumo.
Sabemos que a área de TI deixou a muito tempo de ser custo para se transformar em diferencial competitivo para as empresas, apesar de muitos gestores ainda não se posicionarem desta forma. A infraestrutura de TI serve como alicerce e e para praticamente todas as iniciativas de negócio dentro das empresas.
Seja partindo do departamento comercial, marketing, financeiro, engenharia ou mesmo da própria área de TI. Agora pensem: se a infraestrutura faz parte da base, do alicerce, como ela pode ajudar a sua empresa a inovar? A resposta pode estar na contratação de um modelo de consumo para a sua infraestrutura de TI.
No contexto histórico a trinta e cinco ou quarenta anos atrás as compras em TI iniciavam-se pelo hardware, em sua maioria. Depois de adquirido o hardware é que seria decidido ou desenvolvido a aplicação que ali atenderia a algum requisito de negócio.
Era algo como: primeiro eu compro a prensa, depois eu decido que tipo de peça vou fazer. Ao longo do tempo e muito rapidamente o software virou o jogo e tomou a ponta na tomada de decisão.
Agora o hardware precisaria se adequar aos requisitos do software, e o pensamento mudou para: vou construir blocos de motor. Qual a melhor prensa para esta tarefa? Todos os fabricantes de hardware precisaram se adaptar para atender às demandas de todos os softwares, e o hardware se tornou uma espécie de commodity.
Tivemos sistemas consolidados, depois distribuídos, depois consolidados novamente e assim sucessivamente.
Enquanto o mundo girava na sua velocidade de cruzeiro, criou-se um modelo de aquisição que preparava a infraestrutura de TI para atender aos requisitos do negócio por períodos que variam de três a oito anos, ou até mais.
O conceito básico por trás desse tipo de aquisição é bem conhecido por todos. É feito um dimensionamento com base em previsão das demandas do negócio para o próximo período, cinco anos por exemplo, e a aquisição é feita com base nesta demanda.
Todo o poder computacional adquirido será utilizado em sua plenitude somente daqui a cinco anos, mas existia ganho de escala (descontos, vai) para comprar a infra completa no primeiro ano. Àquela velocidade, correções de rota no meio do caminho não chegavam a ser um grande problema.
Só que agora a velocidade mudou. E se a demanda por motores elétricos exigirem uma prensa completamente diferente, o que eu faço com todo o investimento travado na minha prensa antiga?
Com a pressão cada vez maior pela otimização de gastos, agilidade e foco no negócio, se fez necessário construir alternativas que pudessem ser rapidamente adaptadas às novas demandas. E a primeira a surgir foi a nuvem.
Recursos disponíveis quando e como precisar e ainda pagar pelo uso. Uma forma legítima de inovação no consumo de TI, certo? Talvez. Lembram lá no começo quando fiz a analogia do “tiozão” na balada?
De nada adianta contratar toda a infraestrutura de TI na nuvem se nossas aplicações não estão preparadas para isso. Se temos requisitos muito rígidos de segurança e localidade das informações. Se a conectividade é um problema. Então a nuvem não é o caminho certo? Longe disso. Mas não é o único. O que precisamos é encontrar a dose certa.
Uma alternativa que vem se consolidando cada vez mais é a TI híbrida que carrega com ela os benefícios da nuvem – principalmente no que diz respeito ao modelo de consumo, pagar pelo que se usa – com a aderência de uma infraestrutura on-premises.
Este parece ser o caminho para os próximos anos. E se fosse possível unir o melhor dos dois mundos trazendo o modelo de consumo da nuvem para uma infraestrutura on-premises?
Isso já é realidade. Uma modalidade onde a infraestrutura de TI é dedicada, fisicamente instalada dentro da “sua casa”, e está disponível juntamente com um modelo de pagamento por consumo OPEX pela utilização efetiva de recursos, sem desperdícios e de forma flexível.
Parece um sonho? Mas não é. Já existem várias empresas se utilizando desta forma inovadora na construção do seu alicerce tecnológico, e alavancando inovações nos seus negócios. O que estas empresas têm em comum é uma perfeita compreensão da análise financeira desta modalidade de investimento. Elas compreenderam que o comparativo de valor mensal de uma oferta de ITaaS (IT as a Service) frente à aquisição tradicional deve levar em conta um escopo amplo de entrega. Além da entrega de Hardware e e do modelo de compra tradicional, a entrega como serviços tira da água o Iceberg de fatores ocultos na gestão de TI:
•Benefícios financeiros – A aquisição como serviço tem características fiscais que podem trazer uma série de benefícios financeiros. Além de ser um mecanismo de apoio ao fluxo de caixa positivo;
•Benefícios operacionais – Junto à aquisição como serviço existe uma camada de gestão de infraestrutura faz com que os times de TI foquem no negócio e tenham a sua disposição times de e e sustentação altamente especializados para as tarefas de gerenciamento do ambiente;
•Benefícios de agilidade – O recurso necessário, quando necessário. Não precisar esperar pelo recurso quando precisar dele é fator determinando para atender a meta de Time to Market nos mais variados segmentos de negócio;
•Benefícios de consumo – O modelo de ITaaS, por ter uma entrega compatível com a nuvem pública é o caminho mais aderente para a entrega real de uma infraestrutura híbrida.
Estes são os principais, mas não os únicos diferenciais de uma oferta neste modelo. Cada caso específico deve ser tratado de acordo com as suas características e demandas únicas e o entendimento das dores e da direção de cada empresa é fundamental para ter sucesso na jornada de TI Híbrida, entregando a inovação que possibilita inovar os negócios.
Para ajudar quem está começando esta jornada, vejam alguns dos principais erros na comparação entre a aquisição tradicional (CAPEX) e a aquisição como serviços (OPEX):
•Comparar a contratação de uma solução de ITaaS com um Leasing. Este último é apenas um modelo financeiro sem qualquer valor agregado de serviço;
•Comparar a contratação ITaaS com a compra tradicional sem equiparar as ofertas no que diz respeito aos entregáveis de serviços, pessoal, benefícios fiscais, VPL (Valor Presente Líquido), riscos, atualização tecnológica e fluxo de caixa;
•Comparar um aluguel de Hardware com a entrega de ITaaS;
•Não validar a capacidade de entrega de seus parceiros de negócio.
É fundamental que durante este processo você conte com parceiros que com experiência comprovada e capacidade de execução assegurada. Você precisa estar confortável com a infraestrutura para que possa ter foco no negócio e ser o diferencial de inovação que o mercado procura.
Rafael Cardoso é arquiteto de soluções e líder de negócios em TI Híbrida na Sercompe.