Patrícia Fusaro, líder de Soluções Cognitivas da IBM Brasil. Foto: Divulgação.
A IBM reestruturou sua área de computação cognitiva, criando uma diretoria específica para o segmento de saúde do Watson.
Com isso, Fabio Scopeta assumiu o cargo de líder da unidade IBM Watson Health para América Latina. Antes da divisão, ele era o principal responsável pela unidade Watson na região.
Já Eduardo Cipriani lidera a unidade IBM Watson Health no Brasil. Entre 2012 e 2014, ele foi gerente de vendas da IBM para a Indústria Farmacêutica. Cipriani está na companhia desde 2004.
Marco Lauria é o novo líder de Soluções Cognitivas da IBM para América Latina, unidade que trabalha com o Watson para os outros segmentos. O executivo está na IBM desde 1987.
No último ano, ele atuou dirigiu os times de vendas, tecnologia e serviços da unidade de analytics da IBM na América Latina.
No Brasil, Patrícia Fusaro lidera o setor de Soluções Cognitivas da IBM.
“A separação das unidades é uma questão de especialização. Na medida em que o Watson tem uma aplicabilidade muito grande, o que fizemos foi dividir internamente em 3 áreas: saúde, IoT e Watson Analytics”, relata Patrícia.
A reestruturação segue o modelo global da IBM, que dividiu as áreas do Watson no ano ado. A companhia contratou Deborah DiSanzo, ex-CEO da Philips Healthcare, como gerente general da unidade Watson Health.
“A divisão foi iniciada nos Estados Unidos justamente para ter a profundidade na criação das ofertas. A área de saúde foi a primeira em que a IBM investiu com o Watson, que tem um produto incorporado hoje, mas na área de analytics estamos trabalhando com soluções para o mercado financeiro, por exemplo”, detalha a executiva.
Por enquanto, o segmento financeiro é o que mais tem explorado as possibilidade do Watson no Brasil. Enquanto o Bradesco foi o primeiro cliente da solução no país, o Banco do Brasil divulgou no CIAB, em junho,a criação de um centro de competência em computação cognitiva e um assistente inteligente para o app de internet banking.
Marcelo Câmara, gerente de inovação em segurança do Bradesco, e Jeovanio Bitencourte gerente executivo de TI do Banco do Brasil, participaram do “Impactos da inovação e as transformações nos negócios com a inteligência artificial” do IBM Business Connect, evento realizado na quinta-feira, 1º.
A IBM não dá números exatos da base de clientes da tecnologia cognitiva no Brasil, mas o indica que ela ainda é pequena e limitada a grandes organizações. Além dos representantes dos bancos, participaram Ricardo Verona, coordenador de desenvolvimento de sistemas na BRF, e Marcio Accorsi, CEO da MeCasei.
No entanto, a BRF não é uma cliente oficial do Watson, mas realizou um hackathon baseado em possibilidades de uso da tecnologia. A ideia vencedora sugeriu a criação de um assistente inteligente para os motoristas, que através de conversas poderia detectar situações como estresse e sono.
Já a MeCasei, startup responsável por um sistema de organização online para noivos, usou recursos do Watson disponíveis em uma plataforma para desenvolvedores para criar a assistente virtual Meeka.
A IBM não revela outros clientes do Watson no Brasil ou projeta metas para a solução nos próximos anos.
“Vemos com muita força toda a parte de call center e empresas de telecomunicações, pela questão de atendimento, mas também áreas como advocacia, em que empresas lidam com grande número de informações relacionadas a alíquotas, por exemplo”, afirma Patrícia.
Já Thiago Rotta, responsável por estratégia de negócios e decisões técnicas de projeto para Watson Solutions na América Latina, espera o crescimento do Watson em segmentos como varejo, seguros, saúde e educação, pelo relacionamento com pessoas que as áreas exigem.
A IBM acaba de firmar um contrato com uma empresa para aplicação do Watson no segmento de análise de genoma, que, segundo o presidente da IBM no país, Marcelo Porto, irá “revolucionar a área de oncologia no Brasil”. A empresa não revelou detalhes do acordo ou do cliente.
O Watson foi lançado pela IBM em 2014, a partir de um investimento de US$ 1 bilhão da companhia. Hoje, há recursos da plataforma de computação cognitiva disponíveis em sete idiomas, inclusive português.
A IBM investiu intensamente na área de saúde após lançar o sistema. Neste ano, a empresa adquiriu a Truven Health Analytics, fornecedora de dados analíticos e insights de saúde em nuvem, por US$ 2,6 bilhões.
A Truven foi a quarta aquisição de uma empresa de saúde pela IBM desde o anúncio da unidade Watson Health. A companhia já investiu mais de US$ 4 bilhões em compras desse mercado, nas companhias Phytel, Explorys e Merge Healthcare.
*Júlia Merker viajou a São Paulo a convite da IBM.