PRÁTICA

Gestão da Inovação: como preparar uma empresa para o futuro? 3t4f33

Norma ISO 56.002 aponta diretrizes, sugerindo caminhos possíveis para cada empresa, de forma individualizada.  a1v6i

10 de outubro de 2019 - 08:09
Alexandre Pierro é fundador da Palas e responsável pela versão brasileira da ISO 56.002. Foto: Tiago Lasak.

Alexandre Pierro é fundador da Palas e responsável pela versão brasileira da ISO 56.002. Foto: Tiago Lasak.

É inegável que o mundo vem se transformando a uma velocidade cada vez maior. Com novos modelos de negócios e tecnologias exponenciais, gerir uma empresa com foco no amanhã tem sido uma tarefa cada vezmais desafiadora. Velhos manuais já não servem para muitas coisas.

Nesse sentido, não nos resta outra alternativa a não ser buscar novos horizontes e possibilidades. Descontruir antigos modelos mentais e partir em busca de novas oportunidades é uma tarefa cotidiana para todos os líderes e gestores. Por isso, manter-se bem informado é tão importante.

Contudo, por mais conteúdo relevante que você tenha o, ainda fica difícil fazer a inovação acontecer na prática. Muitas vezes, os cases de sucesso acabam funcionando mais como fonte de depressão do que de inspiração, tamanha a dificuldade de transformar ideias em resultados. Temos a sensação de que todas as outras empresas são capazes de inovar, menos a nossa.

A fim de acabar com essa sensação, foi publicada recentemente na Europa uma norma ISO de inovação, a 56.002, com o objetivo de padronizar terminologias, ferramentas, processo, métricas, métodos e interações na implementação da inovação dentro das organizações. Num primeiro momento, pode parecer contraproducente, mas o fato é que nada acontece dentro de uma empresa, independentemente de porte ou segmento, se não houver um processo.  

Partindo do princípio que apenas ter um mindset inovador não é suficiente para gerar inovação, a ISO, que é uma organização sem fins lucrativos sediada na Suíça, ou 11 anos estudando as melhores práticas em inovação nos 163 países membros. O Brasil foi um dos países que contribuiu e tenho muito orgulho de ser um dos membros do comitê da ABNT-CEE130, que ajudou na formatação dessa norma.

Diferentemente de outras normas ISO, que pregam requisitos, a 56.002 aponta diretrizes, sugerindo caminhos possíveis para cada empresa, de forma individualizada. Em inovação não há receita de bolo. O que serve para uma empresa, não necessariamente serve para outra. Há ainda a vantagem da integração com outras normais de classe mundial, como a ISO 9.001 e a ISO 14.001, o que garante melhores práticas com a gestão de qualidade e meio ambiente.

A ISO 56.002 está ancorada em oito pilares: gestão de risco, geração de valor, direcionamento estratégico, liderança visionária, cultura adaptativa, resiliência, gestão de insights e gestão por processos. O maior desafio está em criar uma cultura de inovação, fazendo com que as inovações aconteçam de forma sistematizada, e não esporádica. Precisamos primeiro desenvolver o mindset da inovação para depois criar processos que garantam a sua eficácia.

O intuito da norma não é engessar o processo, mas sim definir diretrizes para inovar através de um sistema de gestão que abarque toda a infraestrutura de uma empresa e a possibilite retirar de seu ambiente interno e externo ideias inovadoras que impulsionem seu crescimento. As vantagens envolvidas são inúmeras, dado que as empresas demandam cada vez mais inovação, diante da alta competividade e complexidade do mercado.

As empresas que implementam esse modelo de gestão se tornam referência dentro de seu mercado por terem um sistema de gestão voltado à inovação. A norma ajuda a controlar os processos, extraindo o melhor de cada fase e ampliando o engajamento dos colaboradores, sem deixar ar oportunidades. O resultado é uma ampliação considerável do marketshare da empresa e o aumento do valor agregado de seus produtos.

A gestão da inovação é hoje o que a qualidade foi há alguns anos. Vivemos em um mundo onde a incerteza é a única certeza e lidar com isso demanda uma ferramenta poderosa de gestão. Sem isso, estamos fadados ao ostracismo. A maleabilidade ordenada da inovação é a chave de uma boa gestão, alinhada com o futuro.

*Por Alexandre Pierro, fundador da Palas e responsável pela versão brasileira da ISO 56.002.

Leia mais 59b1u

EQUIPE

Ex-Arezzo assume gestão de TI da Frigelar 5p5n1n

Há 2085 dias
TENDÊNCIA

Espaço CUBO SISPRO: promovendo a aceleração de ideias inovadoras 3t1968

Há 2129 dias
MERCADO

Está na hora de trocar a transformação digital por inovação contínua 2n1h3

Há 2059 dias
P&D

CTG tem centro de inovação em Florianópolis 6u3p46

MUNDO

Modelo de inovação de Israel: lições e oportunidades para o Brasil c2f45

TENDÊNCIA

Inovação não é tecnologia! u283j

TENDÊNCIA

Hospital Oswaldo Cruz tem centro de inovação 14622v

FUTURO

AI no governo em debate na uMov.me Arena 2q4l17

UC

Avaya fecha acordo com RingCentral 4pu5

CADEIAS

ville terá evento sobre Supply Chain 4r36m