
Fundos combinam aquisições para montar um stack completo. Foto: Pexels.
A Citrix acaba de ser comprada pelos fundos de investimento Vista Equity Partners e Evergreen Coast Capital por US$ 16,5 bilhões.
Com a aquisição, a Citrix, uma empresa histórica no setor de TI conhecida pela tecnologia de virtualização de desktops, vai ser integrada com a TIBCO, uma companhia de business intelligence e gerenciamento de dados que também está no portfólio dos fundos.
A Citrix é um alvo típico para a aquisição por um fundo: a empresa tem uma gama ampla de tecnologias, muitas delas em alta devido à tendência de home office, mas não vem crescendo muito.
Em 2021, apesar do momento teoricamente favorável, a empresa faturou US$ 3,2 bilhão, uma queda de 1% frente aos resultados do ano anterior.
A TIBCO tem um perfil similar. A companhia foi fundada ainda na bolha da Internet, em 1997, com foco na distribuição de informação sobre o mercado financeiro.
Com o tempo, a empresa evoluiu para uma oferta mais completa de BI e integração de sistemas. A TIBCO foi adquirida pelo Vista em 2014, em um negócio de US$ 4,3 bilhões.
Em nota, os fundos apontam que juntas a Citrix e TIBCO conseguem oferecer uma infraestrutura “completa, segura e otimizada” para aplicações empresariais, entrega de desktops e gerenciamento de dados, com foco em estratégias de nuvem híbridas.
Parece promissor e talvez até seja mesmo, mas a verdade é que fundos de investimento compram e vendem empresas para tentar novas combinações e ver se elas geram valor. Pode dar certo ou não.
Curiosamente, no começo do ano ado, o mesmo fundo Vista vendeu a Wrike, uma companhia de gerenciamento de projetos e colaboração para a própria Citrix, por US$ 2,25 bilhões, só para comprar ela de volta agora.
Esse não é o primeiro negócio visando reforçar a TIBCO fechado pelo Vista.
Em 2020, a TIBCO comprou a Information Builders, especialista em tecnologia que permite integrar dados espalhados por plataformas de mainframe, cliente servidor e arquiteturas web, por US$ 1 bilhão.
Em 2021, foi a vez da Blue Prism, startup britânica de automação robótica de processos (RPA, na sigla em inglês), adquirida por US$ 1,5 bilhão.
Pelo menos no valor da aquisição, a Citrix bate todos os investimentos do Vista até agora combinados, então é de se esperar que a companhia seja a que dê a tônica na combinação dos produtos.
Os fundos já disseram que devem manter o nome e a marca Citrix.