
IBM não emplacou sua oferta de IA para o setor de saúde. Foto: Pexels.
A IBM vendeu os ativos mais valiosos da sua unidade Watson Health, com a qual a gigante de tecnologia prometia revolucionar o setor de saúde anos atrás.
O fundo de investimentos Francisco Partners levou ativos como as soluções Health Insights, MarketScan, Clinical Development, Social Program Management, Micromedex, além de software de análises de imagens.
Não foi revelado o valor do negócio, mas o site especializado Axios havia falado no começo do mês que a IBM esperava obter US$ 1 bilhão com uma venda.
Pode parecer bastante, mas é preciso ter em conta que a IBM gastou US$ 4 bilhões em aquisições de empresas da área de saúde como Truven Health Analytics, Phytel e Merge Healthcare para encorpar a oferta Watson Health.
A divisão foi lançada em 2015, com a missão de emplacar a plataforma de inteligência artificial Watson no segmento da saúde.
O discurso da IBM na época não poderia ser mais ambicioso, estabelecendo metas como ajudar médicos a diagnosticar melhor doenças como câncer, entre outras aspirações de alto calibre.
Uma das especialidades do Francisco Partners é comprar pedaços de empresas com desempenho ruim e tentar transformá-los em players independentes viáveis, o que será feito agora com os ativos da IBM.
A nova companhia não deve ter negócios muito significativos no Brasil.
A IBM criou um time exclusivo para o Watson Health no Brasil em 2016, mas não há muitos sinais de que a área conseguiu uma carteira de clientes significativa.
O próprio Watson, até pouco tempo atrás a estrela absoluta da IBM, parece ter entrado em segundo plano.
Em 2018, a IBM apostou pesado na Red Hat, pela qual pagou US$ 34 bilhões, colocando o foco em ser um player significativo na organização de ambientes de nuvem híbrida para empresas.
Já no ano seguinte, a companhia trocou de CEO, reforçando esse direcionamento estratégico.
O interessante é que a IBM está ando adiante seus ativos na área de saúde ao mesmo tempo em que outros players estão gastando para valer para ter uma presença maior no setor.
No ado, a Oracle pagou US$ 28 bilhões pela Cerner, uma companhia americana especializada em gestão de prontuários eletrônicos, e a Microsoft levou a Nuance, uma empresa de reconhecimento de voz com forte presença na área, por US$ 20 bilhões.