
Funcionários da IBM Alemanha em mais um dia no escritório.
Os cerca de 12 mil funcionários da IBM na Alemanha estão em campanha por melhorias no trabalho, com uma demanda diferente: conhecer os colegas com os quais trabalham nos times virtuais da empresa.
Entre as demandas do Ver.di, um dos maiores sindicatos do país, está a alocação de € 1,8 milhão para um fundo focado em saúde e segurança, com ênfase no aspecto psicológico.
“Os funcionários da IBM que trabalham em times virtuais nunca chegam a conhecer com quem estão trabalhando e isso é um risco psicológico”, aponta Bert Stach, sindicalista que está negociando com a IBM, em uma matéria do site europeu Channel Partner Insight.
A demanda do sindicato é que os times virtuais possam se encontrar durante os eventos anuais da IBM, que não deveriam ser centrados apenas na empresa, mas em um esforço de “team building”, o que na Alemanha seguramente envolve chope.
Um comunicado enviado pelo Ver.di aos funcionários foi um pouco mais longe, com depoimentos de funcionários reclamando da “exigência excessiva” sobre os empregados.
Esse tipo de demanda não é tão estranha na Alemanha, que tem um sistema de trabalho que dá bastante voz para os funcionários, que se organizam em conselhos internos nas empresas, com uma certa de influência nas decisões.
Por outro lado, os sindicatos em si são menos radicais e tem menos influência política do que em outros países europeus, com um tipo de atuação que lembra mais o sindicalismo dos Estados Unidos do que o da Europa.
O calendário de protestos começou em Böblingen, uma cidade nos arredores de Stuttgart, no sul do país, onde fica o P&D da IBM na Alemanha e deve acontecer ainda em sete cidades até o final de outubro.
Claro que as demandas do Ver.di, o segundo sindicato mais poderoso da Alemanha, com dois milhões de associados, não ficam só em cima de bem estar emocional: a pedida é por um aumento de 5,5% nos salários, em um país com uma inflação anual de 1,7%.
O próprio Stach, no entanto, disse ao Channel Partner Insight que os 5,5% são um chute para cima, algo que todos sindicatos fazem, mas poucos sindicalistas saem falando isso abertamente assim.
“Eles vão começar provavelmente com 1%. Nós vamos pedir mais. Com certeza não esperamos os 5,5%. No final vai haver um acordo. No último ano foi 2,3%”, disse Stach, que está confiante. “Veja o mercado de trabalho na Alemanha. Não há ninguém procurando trabalho, não há desemprego em TI. Acredito que eles vão achar a motivação para fechar um acordo”.