O ano de 2010 se encerra com números positivos na economia do Brasil e do Rio Grande do Sul mas para o próximo ano, é preciso ser cauteloso.
Essa foi a principal avaliação da Fiergs, na divulgação do “Balanço 2010 e Perspectivas 2011”, realizado nesta quarta-feira, 08, em Porto Alegre.
Paulo Tigre, presidente da Fiergs, afirmou que o país precisa desenvolver uma política de industrialização eficiente para evitar o nítido desequilíbrio que ocorre atualmente entre oferta e demanda.
"Não conseguimos produzir mais e mais barato, estamos importando demais", comenta Tigre.
O presidente destacou, ainda, que a expansão da economia brasileira focada no consumo, em especial o das famílias, tem superado o incremento do Produto Interno Bruto (PIB).
Em 2009, mesmo com o PIB total caindo 0,2%, o consumo se expandiu 4%. No entanto, esta fórmula tem dado sinais de esgotamento.
"Esse parece ser um resultado insustentável pelo modelo de crescimento atual, centrado no gasto, com pouca participação dos investimentos", alertou o industrial.
O PIB brasileiro deve chegar a 7,5% em 2010, e a estimativa da Fiergs é de que não supere os 3,8% em 2011 . No Estado, a perspectiva é ainda maior para este ano, com 8,9% de incremento em relação a 2009, mas uma queda para 2,2% em 2011.
No Rio Grande do Sul, 2010 finaliza com um ciclo econômico positivo, com taxa de crescimento do PIB disseminada em todos os setores industriais.
O cenário internacional, porém, coloca em risco a possibilidade de manter a mesma evolução em 2011. A queda da atividade econômica gaúcha sob a influência da crise foi bem mais acentuada (8,3%) do que a verificada no país (4,7%).
A produção industrial gaúcha deverá crescer 2,9%. Na projeção pessimista, o IDI/RS prevê um aumento de 2,4% e de 1,9%, respectivamente. No cenário otimista, a recuperação do setor deverá ser alcançada com a marca de 4,7% no IDI/RS e de 3,7%, na produção da indústria gaúcha.