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Müller em sua palestra na Federasul. Foto: Ivan Andrade.
Redução na taxa de juros nos últimos 12 meses, medidas do governo federal para aceleração da economia, nada disso será suficiente para o Brasil crescer se não se desfizer a burocracia.
É a opinião do presidente da Fiergs, Heitor José Müller, que palestrou no Tá na Mesa da Federasul desta quarta-feira, 12, em Porto Alegre.
Segundo o dirigente, o Brasil só vai alcançar o mesmo nível de crescimento de países desenvolvidos se ar por uma séria desburocratização e reformas estruturais, multiplicando investimentos em educação, inovação, pesquisa e tecnologia.
Müller criticou a pesada tributação sobre a indústria brasileira, praticada na origem, enquanto em outros países ela ocorre no destino.
Essa diferença, segundo ele, encarece o custo da produção, chegando a impactar em 30% a 40% os preços finais dos artigos fabricados no Brasil em relação aos importados.
O gestor também enfatizou a falta de infraestrutura do Rio Grande do Sul, citando como exemplo o fato de a malha rodoviária gaúcha apresentar apenas 300 quilômetros de estradas duplicadas.
“Além das deficiências relacionadas às rodovias, falta aproveitamento das vias férreas e fluviais, o que leva ao aumento dos custos com transporte rodoviário”, destacou Müller.
OS DA MUDANÇA
Segundo o presidente, a Fiergs tem suas ações previstas para ajudar nas mudanças que ele acha necessárias para o estado e o país. Começando pela educação.
A entidade está em vias de iniciar um plano de modernização de suas escolas profissionalizantes no estado, com recursos do BNDES da ordem de R$ 117 milhões.
Os investimentos não foram detalhados, mas Müller explica que serão destinados a um processo de adaptação das escolas “às novas necessidades do mercado”.
O presidente da Federasul, Ricardo Russowsky, reforçou o discurso.
“Tanto aqui, como lá na Fiergs, a bandeira da educação precisa estar, em nome do futuro, acima de tudo. Nossas apostas são compartilhadas e todos ganharão com isso”, finalizou Russowsky.
FERRENHO
Heitor Müller assumiu a presidência da Fiergs em maio de 2011, e já iniciou o mandato com críticas à política de incentivos do governador Tarso Genro.
Na época, o industrial questionou a indiferença do governo gaúcho para resolver problemas pontuais de competitividade na indústria e afirmou que “a pressão sobre o caixa do governo impede que o Rio Grande do Sul seja mais agressivo”.
O dirigente reclamou, ainda, da carência de incentivos a setores da economia gaúcha como o avícola e o de máquinas agrícolas, para o qual chegou a sugerir a possibilidade de abandonar o Rio Grande do Sul, se não obtiver apoio oficial.