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As exportações brasileiras de software movimentaram US$ 363 milhões no ano ado , elevação de 7% sobre 2008. É o que informa a 6ª edição da pesquisa “Mercado Brasileiro de Software — Panorama e Tendências”, conduzida pela IDC a pedido da Abes.
No total, o mercado de software do país movimentou cerca de US$ 15,3 bilhões no ano ado, crescimento anual de 2,4%, o que colocou o Brasil na 12ª colocação mundial em receita deste setor.
Do total, US$ 5,4 bilhões referem-se a software e US$ 9,9 bilhões a serviços, o equivalente a 1,70% e a 1,78% do mercado mundial, respectivamente.
Em 2009, o setor de software e serviços global registrou avanço de 0,89%, com receita de US$ 880 bilhões.
Levando-se em conta todo o mercado mundial de Tecnologia da Informação, o desempenho foi inferior a 2008: US$ 1,43 trilhão em movimentações, queda de 2,7% ano/ano.
Já a América Latina registrou o oposto: US$ 65 bilhões, com crescimento de 6,5% no período.
Conforme Gérson Schmitt, presidente da ABES, os valores apresentados pelo Brasil, especialmente em termos de exportação, refletem um alto potencial para o país, mas com algumas ressalvas.
“Para alavancarmos as exportações, precisamos resolver problemas estruturais relacionados ao modelo setorial. Hoje os governos são os maiores produtores e concorrentes do setor, não estimulam pesquisa e inovação à medida que dão preferência à utilização de softwares com fonte aberta, opção que também cria conflito ou dificuldades para a defesa da propriedade intelectual”, reflete Schmitt.
Além disso, de acordo com o presidente, o modelo de exportação defendido pelo governo baseia-se no crescimento das vendas de serviços em vez de apostar em inteligência empacotada, o que pode agravar ainda mais o contexto apresentado pelo IBGE, que estima a falta de aproximadamente 200 mil profissionais no setor e custos de mão de obra maiores que os principais concorrentes internacionais.
“Desse cenário decorre um perfil setorial de 94% de micro e pequenas empresas com condições que desfavorecem seu crescimento ou longevidade; uma balança setorial negativa - com tendência a piorar quando se começar a importar serviços mais baratos em outros países para ser competitivo no atual modelo setorial; e o desperdício da oportunidade de diferenciação de desenvolvimento apoiado no talento e criatividade brasileira”, conclui ele.
Radiografia da indústria nacional
Segundo o estudo da IDC, atualmente o setor brasileiro é composto por 8,5 mil empresas, das quais 76,5% dedicam-se ao desenvolvimento, distribuição e comercialização de softwares, formando uma cadeia de valor com grande potencial de expansão pela sua capilaridade no mercado interno.
Assim como nos dois últimos anos, quase 50% da demanda registrada em 2009 foi proveniente dos mercados financeiro e industrial.
Na sequência estão os segmentos de agroindústria, governo, comércio e serviços.
Tendências e expectativas para 2010
As previsões da IDC e Abes para o segundo semestre de 2010 são positivas: o mercado total de TI brasileiro terá aumento estimado em 6,5%, acima da América Latina, com 6,3%, e do segmento mundial, com 3,5%.
Especificamente em relação a software e serviços, a indústria nacional alcançará expansão de 8,5%.
Conforme Schmitt, as tendências que impulsionarão tais resultados são a expansão da computação em nuvem, cuja demanda deve triplicar nos próximos cinco anos; a procura por aplicativos de análise e de inteligência para o negócio, que crescerá mais de 10% em 2010; e o aumento significativo previsto para a venda de laptops e smartphones.
A expansão da TV Digital também deverá auxiliar no crescimento do setor.
O estudo da Abes/IDC pode ser conferido na íntegra pelo link abaixo.