
Birmingham é a segunda maior cidade do Reino Unido. Foto: Depositphotos.
Virou um filme de terror o projeto de migração de sistema de gestão em Birmingham, a segunda maior cidade do Reino Unido.
Em andamento desde 2018, a migração da solução da SAP para a Oracle acaba de ter seus custos reavaliados, com um novo prazo de entrega previsto para daqui a três anos.
Eles agora estão entre £ 80 milhões e £ 100 milhões (algo entre R$ 497 milhões e R$ 621 milhões), cerca de quatro vezes o projetado inicialmente, segundo revela o site britânico The .
O projeto envolve trocar o SAP por Oracle em funções de recursos humanos e finanças, e já ou por revisões em 2019, 2020 e 2021, quando o orçamento tinha sido definido £ 38,7 milhões, o que já era o dobro da estimativa anterior.
Segundo fontes ouvidas pelo The , o problema é que o Oracle Fusion, o ERP na nuvem da Oracle, é focado em empresas privadas, com ênfase em manufatura, e não tão aderente à istração pública.
É o mesmo caso da SAP, mas, de acordo com as fontes do site, as customizações feitas no software da multinacional alemã davam conta do recado.
BRASIL É DIFERENTE
Uma situação como a vivida por Birmingham, conhecida na turma do metal por ser o berço do Black Sabbath, é mais improvável no Brasil.
Não porque grandes projetos de ERP de multinacionais não deem errado por aqui, mas porque, pelo menos no caso da istração pública, iniciativas com essa dimensão não são frequentes.
O nicho de prefeituras, em particular, é dominada por um grupo de cerca de uma dezena de empresas brasileiras fundadas na maioria dos casos nos anos 90 e com um porte médio, com bases de clientes na casa das centenas de prefeituras (ao todo, o país tem 5,5 mil cidades, mas muitas delas são pequenas e sem capacidade de investimento).
Há cerca de 10 anos, a SAP chegou a fazer uma menção de entrar no segmento de prefeituras com o B1, seu software para pequenas e médias.
Como a presença da multinacional alemã no segmento governo do Brasil no geral, o assunto "B1 para prefeituras" não deslanchou.
A novidade mais importante nos últimos anos no sentido de alterar o mercado de software para prefeituras veio do governo federal, que durante as istrações petistas tentou emplacar uma solução open source no segmento, por meio do Portal do Software Público.
A ideia era oferecer a implantação dentro do programa Cidades Digitais. Apesar da falação, pouca coisa aconteceu na prática. O assunto ainda não voltou à tona com o retorno do PT à Brasília.