
Cerca de 30 empresas devem abrir capital na Bovespa em 2011, colocando o Brasil de volta ao ritmo de IPOs de 2007, pelo menos em valores totais movimentados.
A previsão é da Ernst & Young, que baseia a projeção no bom momento devido ao aumento do poder de consumo das classes C e D, perspectivas com Copa do Mundo e Olimpíadas e a exploração de petróleo da camada pré-sal.
“O total de 64 operações de 2007 não se repete, já que aquele ano teve uma excessiva euforia no mercado”, explica o sócio da área de IPOs da Ernst & Young Terco, Paulo Sérgio Dortas.
Dortas também destaca que vem crescendo a presença de fundos chineses no país para investimentos em IPOs, quadro que deverá influenciar também no crescimento do volume de operações no próximo ano.
Em 2010, foram realizados onze IPOs no Brasil, captando US$ 6 bilhões, o que faz do país o mercado mais aquecido da América Latina no momento, com 2,4% do volume global segundo a Ernst & Young.
A maior oferta em nível mundial foi a Petrobras, em setembro, quando foram captados US$ 70,1 bilhões.
A mesma análise mostra que, entre os países latinoamericanos, o México representa apenas 0,5% do valor global (cinco operações e US$ 1,4 bi), Colômbia (uma operação de US$ 200 milhões), Peru (uma operação de US$ 100 milhões) e Argentina (uma operação de US$ 100 milhões) representam 0,1% cada.
Embora na liderança na América Latina, o número de IPOs brasileiros são inferiores ao de outras economias emergentes como China (90) e Índia (18), ou países de primeiro mundo, como Canadá (19) e a Austrália (16).
Tendência mundial
O retorno aos níveis de IPOs pré-crise é uma tendência mundial, aponta a Ernst & Young.
As operações de abertura de capital registradas em 2010 ao redor do mundo deverão bater recorde neste ano, superando o volume de IPOs realizados em 2007, antes da crise, e atingindo valores totais de mais de US$ 300 bilhões.
O quadro é atribuído às boas condições verificadas na Ásia, a despeito da frágil recuperação econômica nos mercados desenvolvidos.
Nos primeiros onze meses deste ano, já ocorreu a captação de US$ 255,3 bilhões em 1.199 operações.