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Eles estão de olho é na conexão dela. Foto: flickr.com/photos/negrab
Enquanto uns choram, outros vendem lenços. Uma das leis universais do capitalismo está a ponto de ter mais uma demonstração no Brasil, com as recentes punições às operadoras postas em prática pela Anatel.
Pelo menos, é que o esperam a Accedian, Telco Systems e Overture, três empresas especializadas em softwares de medição de performance de redes com presença ainda incipiente no país.
Com a agência reguladora do setor esperando melhorias no serviço em até seis meses, soluções do tipo podem representar uma melhoria imediata nos níveis de serviço, algo que as operadoras precisam desesperadamente.
É uma oportunidade para entrar em um mercado considerado quente.
“Hoje as operadoras só ficam sabendo de problemas quando a rede já caiu. Nossas soluções permitem evitar o problema antes que ele aconteça”, afirma James Artimez, profissional brasileiro contratado recentemente pela Accedian para assumir o mercado latino-americano.
É um grande reforço para o discurso de Artimez o fato de ter entre seus clientes a Vivo, a única operadora a escapar da fúria da Anatel, que suspendeu a venda de novos chips pela Oi, TIM e Claro em, respectivamente, 19, cinco e três estados.
As vendas no Brasil são feitas pela Medidata, integradora de sistemas de informação e redes de comunicação com sede no Rio de Janeiro e filiais em São Paulo e Brasília.
Artimez não comenta sobre as expectativas de negócios, revelando apenas que GVT e Sky estão usando a tecnologia em fase de testes no país.
Já a Overture ainda não tem clientes no país, mas contratou Ricardo Cordova para ficar sediado em São Paulo com a missão de desenvolver canais.
Outra empresa de olho no mercado brasileiro é a Telco Systems, que ainda não tem clientes no país, mas atualmente tem dois produtos em homologação junto à Anatel visando atender RFPs da Telefônica e Embratel.
“Demoramos para entrar no Brasil porque queríamos ter uma operação sólida, com parceiros locais de porte”, afirma Hector Menjivar, VP de Vendas para América Latina da empresa, destacando que a companhia já atende a clientes como a Telefônica no Chile, Perú e Argentina, além da Claro em Porto Rico.
A situação de crise das operadoras brasileiras também não é novidade para a Telco. A empresa era provedora da AT&T, que enfrentou quedas de conexão quanto a primeira leva de iPhones chegou ao mercado, elevando o consumo de dados nas conexões 3G americanas de então de um nível inesperado.
Os anos aram e agora são as conexões 3G brasileiras a bola da vez. Se elas vão realmente melhorar, ainda está por ser provado. Mas que tem muita gente disposta a faturar ajudando, isso tem.
* Maurício Renner cobriu o NetEvents Américas em Miami à convite da organização do evento.