
Rafael Costa. Foto: divulgação
Rafael Costa, ex-diretor de sistemas internos e dados da RD Station, acaba de assumir como VP de Tecnologia no CondoConta, uma startup de soluções financeiras para condomínios.
Costa já fazia parte do board da CondoConta, empresa na qual está entre os fundadores, mas seguia atuando na RD, startup catarinense de automação de marketing comprada pela Totvs por R$ 1,8 bilhão em março.
Agora o profissional ou de vez para o time da CondoConta, que também anda em alta, tendo recebido um aporte de R$ 6 milhões do fundo Redpoint em setembro.
A empresa catarinense já tinha recebido um aporte do Redpoint em março. No total, o fundo já colocou R$12,6 milhões no negócio.
Na RD, Costa estruturou do zero a nova área de sistemas internos e dados da empresa, cuja missão crítica era apoiar com automação toda estrutura das áreas de negócios, gerir o fluxo de dados entre sistemas e entregar informações confiáveis tanto para a operação quanto para o time executivo.
Depois de conhecer os fundadores do CondoConta, Costa ajudou a montar um time de tecnologia e estruturar toda a arquitetura dos projetos.
“Fomos do papel ao MVP em 12 meses e nos dedicamos outros 12 meses a ajustar nossos produtos enquanto buscávamos nosso primeiro round de investimento”, afirma Costa.
A decisão de Costa de deixar a RD veio em julho, quatro meses depois, tempo suficiente para a fintech alcançar os resultados esperados para o final de 2022, um ano antes do projetado.
Para ar esse crescimento, o time de tecnologia ou, entre junho e julho, de cinco para 30 profissionais. No momento, a startup tem 20 vagas abertas para a área de tecnologia.
Costa começou a carreira no final dos anos 90, participando da modernização do sistema de segurança do HSBC, convertendo o sistema de seguros de Cobol/Mainframe para Unix/Sybase.
Em 2001, fundou a Ignis Games, desenvolvedora do primeiro jogo MMORPG 3D do Brasil, que se tornou a primeira empresa de games do país a receber investimentos de venture capital.
Em 2005, assumiu uma posição na IBM, na qual ficou responsável por compreender necessidades e projetos de clientes internacionais. Ao mesmo tempo, criou a Techfront Studios, desenvolvedora de jogos que chegou a ser, na época, a maior da América Latina e também a primeira empresa brasileira a ser licenciada pela Sony e Nintendo para desenvolvimento em suas novas plataformas.
Costa também foi executivo da Xangô S/A, holding de internet para startups, dona de empresas como Psafe Tecnologia, onde implantou e geriu novas operações, alocado no escritório de Florianópolis e diretor de Tecnologia na Dot, empresa desenvolvedora de soluções para educação.
Seu próximo desafio, além de liderar um trio de CIO, CTO e O, é desenvolver projetos com a área de people pensando em novas soluções para mitigar o grave problema de escassez de talentos qualificados nos próximos anos.
O CondoConta se define como um banco digital, o “primeiro do mundo” para condomínios, oferecendo serviços como transações e emissão de boletos ilimitados, prestação de contas em tempo real, automação de boletos e balanços, crédito para financiamentos, seguros, antecipação da taxa condominial e uma loja digital de serviços, a CondoShop.
A fintech não chega a abrir quantos clientes tem hoje, apenas que a meta é fechar o ano com mais de 100 mil cotas de condomínios geradas e R$ 150 milhões em movimentações.
O Brasil tem 500 mil condomínios, que até pouco tempo atrás ficavam em um limbo quando o assunto era soluções financeiras, por serem um ente meio complicado, nem pessoa física, nem pessoa jurídica (quem frequenta reuniões de condomínio sabe).
Quando o assunto é caos financeiro e condomínios, o principal produto do CondoConta é o adiantamento da cota condominial.
A empresa deixa os condôminos parcelarem o valor da mensalidade em até 12 meses, enquanto garante o dinheiro à vista aos es e síndicos. Somente em julho, essa solução, que ajuda condomínios a manterem o fluxo de caixa em dia, teve mais de R$10 milhões em transações antecipadas.
É um mercado promissor e justamente por isso o CondoConta não está tão sozinho nele como dá a entender na nota divulgando o investimento do Redpoint.
A Superlógica, uma das maiores empresas de software para gestão de condomínios do Brasil, montou uma operação financeira focada em oferecer o mesmo serviço neste ano.
Pelas contas da Superlógica, nos últimos 10 anos o percentual de quem não paga em dia a taxa condominial se manteve sempre alto, entre 14% e 18%.
A empresa sabe disso porque já atende 100 mil condomínios, depois de comprar dois dos seus principais concorrentes nos últimos anos.
A Superlógica também está cacifada financeiramente: no ano ado, a empresa captou R$ 300 milhões do fundo norte americano de private equity Warburg Pincus.