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Foto: Pexels.
A Federação Brasileira de Bancos (Febraban) fez uma crítica afiada às fintechs no LinkedIn no último sábado, 18, atacando diretamente o Nubank e a Zetta, associação fundada pelo Nubank e Mercado Pago no início do ano.
Tudo começou na quinta-feira, 16, quando a Zetta publicou na rede social uma comparação entre grandes bancos e fintechs, citando um estudo do Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor (Idec).
“A verdade sobre assimetrias: tarifas dos grandes bancos, que reclamam da perda de competitividade, saltam acima da inflação durante a pandemia, enquanto as tarifas das fintechs são mantidas”, dizia a postagem.
Na publicação, a Zetta citou Banco do Brasil, Bradesco, Caixa Econômica Federal, Banco Itaú, Banco Santander e Safra, salientando que o único que não elevou tarifas acima da inflação foi o Safra.
Segundo o estudo, os bancos digitais Nubank, Agi, Neon, Banco Original, Superdigital, Inter e Banco Next teriam mantido os preços.
Dois dias depois, a Febraban decidiu rebater.
“A Zetta não contou que o Nubank, que tem cara, porte, produtos e até nome de banco, prefere não se dizer banco, mas cobra juros mais altos dos seus clientes do que a média dos cinco ou 10 grandes bancos brasileiros. Olhe bem!”, dizia a postagem.
Segundo a Federação, na última semana de agosto a taxa média do juro do cartão rotativo do Nubank era de 291,67% ao ano, maior que a média dos cinco grandes bancos, de 271,68%.
No crédito pessoal não consignado, a taxa média cobrada pelo Nubank teria sido de 62,86% no final de agosto, enquanto a média dos 10 grandes bancos era de 54,54% ao ano e dos cinco grandes, 60,65%.
A instituição disse que “a Zetta também não conta que as fintechs pagam bem menos impostos que os bancos”. Segundo a publicação, os bancos pagam 45% sobre lucro, sendo 25% de IR e 20% de CSLL, enquanto as fintechs pagam 9% ou 15% de CSLL.
“A ‘verdade’ verdadeira é que as grandes fintechs gostam mesmo é de pagar apenas ‘meia entrada’ e em nada se diferenciam dos bancos. Aliás, só não são bancos para pagar menos impostos, gerar menos empregos, ter poucas obrigações regulatórias e trabalhistas”.
A nota ainda questiona o quanto as fintechs contribuíram para tirar o Brasil da crise na pandemia e o quanto deram de crédito, citando que os bancos deram R$ 5,7 trilhões de crédito e R$ 2 bilhões para a saúde.
“Não temos vergonha de sermos bancos, muito ao contrário, e também não nos escondemos atrás de letras, marketing e grifes”, afirmou nominalmente Isaac Sidney, presidente da Febraban, na publicação.
A Zetta e o Nubank ainda não se pronunciaram sobre o assunto.