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Discussão entre os adeptos dos softwares de código aberto tem ganho cada vez mais espaço no Fisl. 4s5n57

08 de julho de 2013 - 15:32
Nuno Simões, Diretor de Iniciativas de Software da Intel Brasil. Foto: Baguete.

Nuno Simões, Diretor de Iniciativas de Software da Intel Brasil. Foto: Baguete.

A discussão é perene entre os adeptos do modelo de negócio baseado em softwares de código aberto e tem ganho cada vez mais espaço no Fisl, o maior evento da área no país, encerrado neste sábado, 06.

A receita que tem se consolidado nos últimos anos parece ser: colabore bastante sem ganhar nada para ser reconhecido e trabalhar em projetos e empresas maiores, de preferência multinacionais.

O que de fato mudou? Segundo Lucas Rocha, engenheiro de interface da Mozilla, o o aos softwares e informações de software livre, assim como a criação destas aplicações, está mais - com o perdão da redundância - livre.

"Se antes, coisa de 10, 12 anos atrás, a comunidade open source ainda parecia algo elitizado, hoje está muito mais democratizada. Projetos como Chrome, Github e Libreoffice se disseminaram, sem contar que hoje não é preciso mais explicar para as pessoas sobre o que é software livre", destaca.

Para Rocha, colaborar em projetos - ou trabalhar no upstream - é uma forma de conquistar prestígio e também abrir portas para oportunidade profissionais, sejam elas próprias ou em outras empresas.

"Projetos como o da Mozilla, por exemplo, aumentaram sua equipe de 300 para 800 funcionários nos últimos anos. Temos mais projetos, mais empresas e mais grana", frisou.

No entanto, segundo Rocha, a comunidade brasileira precisa ser mais participativa e aumentar sua presença em projetos open source internacionais, como desenvolvimento de código e documentação.

"Há esta impressão falsa que o hemisfério norte é mais competente, pelo fato que tem uma comunidade maior e que colabora mais", criticou.

No caso do engenheiro, trabalhar voluntariamente em iniciativas de código aberto rendeu o reconhecimento da Nokia, que o chamou em 2006 para trabalhar em uma interface de usabilidade baseada em Linux.

"Uma empresa na Finlândia teve que me provar que minhas colaborações no Gnome foram importantes", brincou. No entanto, o programador frisa que hoje o mercado brasileiro já está mais consciente do papel do software livre.

AS GRANDES ESTÃO DE OLHO

Um exemplo de como as empresas grandes estão de olho no potencial do software livre é o da Intel, que pela primeira vez marcou presença no Fisl, com um estande de sua divisão de softwares.

A fabricante de processadores está investindo para se aproximar dos desenvolvedores de software livre. Além de otimizar seus componentes para trabalhar com as tecnologias abertas, a empresa também quer desenvolvedores para trabalhar em conjunto na criação de aplicações.

Segundo Nuno Simões, Diretor de Iniciativas de Software da Intel Brasil, a parceria com os desenvolvedores de código livre está se intensificando, embora já seja de longa data.

"Nossa parceria com esta comunidade começou em 91, com o Linus Torvalds (que criou o sistema Linux usando um Intel 80386-IBM PC), e também somos um dos maiores colaboradores no kernel do Linux", frisou Nuno.

Entre as iniciativas da Intel no segmento open source estão projetos como o Intel Developer Zone (ITZ), que disponibiliza ferramentas abertas para a criação de aplicações para ultrabooks, Android e plataformas móveis web, usando HTML5. Segundo Simões, o portal registra cerca de 100 mil visitas por trimestre.

TRAINDO O MOVIMENTO

A visão de carreira mostrada por Simões e Rocha não é uma unanimidade dentro da comunidade, onde o pragmatismo de alguns convive nem sempre harmoniosamente com uma linha mais idealista.

O segundo grupo geralmente é formado por acadêmicos da área de humanas, sociólogos, cientistas políticos e militantes de plumagem diversas para quem o software livre é parte de um cenário maior, representando conceitos como liberdade de compartilhamento de arquivos, privacidade na Internet e novos modelos de desenvolvimento econômico.

“Vivemos em uma época em que a mercadoria como propriedade e processos fechados estão em esgotamento, o que abre espaço para a inovação e um acúmulo coletivo de conhecimento, inclusive na área econômica”, teorizou a doutora em Ciências Econômicas e professora da Ufrgs Glaucia Campregher, durante a palestra “A comunidade de desenvolvedores ajudando a identificar a transição pós-capitalista”.

Para parte dessa ala, participar de um projeto open source internacional comandado do exterior pode ser no final das contas tão nocivo quando software proprietário de multinacionais: ambos contribuiriam pouco para o desenvolvimento de um setor de ponta no Brasil.

Esse approach levou ao desenvolvimento de versões nacionais de distribuições de software livre estrangeiras, com poucas possibilidades de carreira para os desenvolvedores envolvidos como o Kurumin, sistema operacional baseado em Debian encerrado em 2008, ou o Jegue, software de controle de ativos de TI encerrado na mesma época.

Os defensores do modelo tem se voltado para o governo como uma agente que deveria promover o desenvolvimento de software nacional. Algumas das distribuições mais bem sucedidas como a solução de inventário Cacic e o software de correio eletrônico Expresso são desenvolvidos internamente no governo.

Os dois mundos vivem em paralelo, em boa parte ignorando um ao outro. Às vezes, se encontram e o atrito gera faíscas.

No final da palestra de Rocha, um espectador tomou o tempo dedicado às perguntas da platéia e discursou sobre o dever da comunidade open source de exigir do governo o apoio ao desenvolvimento de iniciativas no segmento, como uma forma de gerar oportunidades de emprego.

Antes que o participante pudesse terminar sua fala, Rocha cortou o discurso: “O que tu estás falando é exatamente o oposto do que eu falei. Não temos que pedir nada. Temos que fazer", disparou.

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