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Rodrigo Dienstmann. Foto: divulgação.
Responsável pela plataforma de Internet das Coisas que conectará diferentes dispositivos na renovação tecnológica da zona portuária do Rio de Janeiro - o chamado Porto Maravilha - a Cisco, está investindo na inovação para acelerar o ambiente.
Para isso, a companhia realizou no último final de semana um desafio de inovação com o objetivo de apoiar cinco startups a desenvolver e implementar na região aplicações de inteligência urbana e Internet das Coisas, usando a infraestrutura da multinacional.
De acordo com a companhia, o objetivo é que os cinco aplicativos sejam implementados no Porto Maravilha antes dos Jogos Olímpicos e Paralímpicos, que ocorrem na capital carioca no ano que vem.
Uma das companhias escolhidas no desafio foi a pernambucana Áudio Alerta, solução de segurança de áreas internas e externas, capaz de monitorar, através de sistemas de vídeo vigilância, o ambiente e identificar sons incomuns, inclusive em locais com muito ruído.
A Livrit é uma plataforma de mapeamento colaborativo com foco em pessoas com deficiência física, que vai além de encontrar as melhores rotas íveis.
De Campinas, a Nearbee é uma aplicação de interação geosocial, que permite que pessoas próximas, mesmo que não se conheçam, possam se ajudar e interagir no socorro em caso de emergências.
Também de Campinas, o projeto da Viibus consiste em ponto de ônibus inteligente para auxiliar pessoas com deficiência visual na utilização dos sistemas de transportes urbanos.
O Net Sensors, de Belo Horizonte, é um sistema integrado de retenção e gestão de resíduos sólidos em bueiros, que permite o monitoramento com sensores e gerenciamento dos pontos de drenagem pluvial espalhados pelas cidades.
Os projetos ganhadores arão por um programa profissional de aceleração de cinco meses que incluirá o apoio e a mentoria de diversos parceiros da Cisco como Universidade Estácio, Sebrae Rio de Janeiro, Liga Ventures e a aceleradora Plug And Play, do Vale do Silício.
Durante o período de aceleração será realizado um diagnóstico preciso do modelo de negócio, contando com a assessoria técnica do Centro de Inovação da Cisco no Rio de Janeiro, recebendo capacitação e soluções para desenvolver sobre a plataforma IoE da Cisco.
Entre os parceiros da multinacional na iniciativa estão a Secretaria Especial de Concessões e Parcerias Público-Privadas do Rio de Janeiro, a Companhia de Desenvolvimento Urbano da Região do Porto Maravilha (Cdurp), o Distrito Criativo do Porto Maravilha, o fundo de venture capital Redpoint e.ventures, a Universidade Estácio de Sá e a EMC.
Para Nina Lualdi, Diretora Sênior de Inovação para América Latina da Cisco, o desafio serve para sedimentar o trabalho de inovação da companhia que partiu das parcerias estabelecidas com o poder público para os Jogos Olímpicos.
"Nosso foco primário está na infraestrutura, mas também percebemos que é nosso papel apoiar as inovações que vão acontecer em camadas acima de nossa participação", avalia a executiva.
Para Rodrigo Dienstmann, presidente da Cisco no Brasil, não é de interesse da empresa adquirir as startups apoiadas pelo desafio. O ganho da Cisco, neste caso, vem de colocar a sua plataforma de IoT como a base de novas tecnologias.
"Estamos possibilitando a ativação de aplicações que servirão demandas específicas usando nossas plataformas e equipamentos. É um esforço que pretendemos levar para além do envolvimento que fizemos aqui no Rio", explicou Dienstmann.
O Porto Maravilha será um modelo de bairro inteligente, com zonas residencial e comercial, rede de transporte público e infraestrutura de telecomunicações eficientes.
Além da Cisco, outras empresas se comprometeram com o projeto de revitalização da zona portuária, tais como Embratel, que está construindo um data center na região, e Microsoft, que anunciou um Centro de Pesquisa e Inovação no local.
*Leandro Souza viajou ao Rio de Janeiro a convite da Cisco.