
Você está sendo espionado. Foto: flickr.com/photos/holster
O jornal O Globo afirma em reportagem desta segunda-feira, 08, que Brasília foi sede de uma base da Agência Nacional de Inteligência (NSA) e da Central de Inteligência dos Estados Unidos (CIA).
No local, era realizada, até 2002, espionagem mundial por meio de satélites. Conforme as recentes revelações do ex-técnico da NSA e da CIA, Edward Snowden, os Estados Unidos tinham uma rede de 16 bases no mundo, sendo a da capital federal a única da América Latina.
No mês ado, o americano delatou as operações de vigilância de comunicações realizadas pela NSA dentro e fora dos Estados Unidos.
Os documentos apresentados na reportagem afirmam que o “objetivo era obter sinais de inteligência captados no exterior” por agentes americanos que operavam com a fachada de “diplomatas” e analisavam as informações compiladas pelas redes de satélites, que operavam inclusive na área comercial.
“Os satélites comerciais são usados no mundo inteiro por governos estrangeiros, organizações militares, empresas, bancos e indústrias”, explica um dos documentos.
Também existe um conjunto de documentos da NSA, de setembro de 2010, que dão a entender que seriam alvos da agência escritórios da Embaixada do Brasil em Washington e da missão brasileira nas Nações Unidas, em Nova York.
Em outra matéria, do último sábado, 06, o jornal carioca afirmou ter ado documentos que também apontam que o Brasil era um dos principais alvos da espionagem, realizando o monitoramento de ligações e mensagens de pessoas e empresas no país.
A reportagem – que é assinada Glenn Greenwald, que publicou no britânico The Guardian as primeiras informações do tema – afirma que em janeiro ado o Brasil ficou pouco atrás dos Estados Unidos, que teve 2,3 bilhões de telefonemas e mensagens espionados.
Para a coleta de informações, supõe-se que tenha sido utilizado o software o Fairview, desenvolvido pela NSA em parceria com empresas privadas de telecomunicações, tanto americanas quanto brasileiras, não reveladas.
GOVERNO QUESTIONA EUA
Ainda no domingo, 07, o ministro das Relações Exteriores, Antonio Patriota, disse que o governo brasileiro está preocupado com as notícias.
A presidente Dilma Rousseff se reuniu com seis ministros para discutir o tema e para exigir explicações ao governo americano.
O ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, afirmou que a Polícia Federal investigará eventuais contratos de empresas de telecomunicações que incluam transferência de informações para os Estados Unidos.
Já a Anatel anunciou que vai questionar as empresas de telecomunicações sobre possível troca de informações.