
Nanotecnologia cresce nos planos do governo. Foto: Flickr.com/nanogloss
O Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação (MCTI) vai investir cerca de R$ 440 milhões em 2013 e 2014 para fortalecer o setor de nanotecnologia do país.
O aporte começou com o lançamento, na segunda-feira, 19, da Iniciativa Brasileira de Nanotecnologia (IBN), programa de política pública composto por ações como a aproximação entre universidades e empresas, fomento de incentivos, entre outras.
“A iniciativa está alinhada com a Estratégia Nacional de Ciência, Tecnologia e Inovação [Encti], de autoria do ministério, cujo objetivo é colocar ciência, tecnologia e inovação como eixo do desenvolvimento do país”,afirmou a ministro Marco Antonio Raupp.
Uma das ações integrantes da IBN e já lançada é o Sistema de Laboratórios em Nanotecnologias (SisNano), que reunirá espaços com prioridade às políticas públicas de apoio à infraestrutura e formação de recursos humanos para o setor.
De 50 propostas inicialmente apresentadas por instituições e universidades de todo o país para integrar o SisNano, 26 foram selecionadas, entre elas o Arranjo Promotor de Inovação em Nanotecnologia do Polo Tecnológico da Grande Florianópolis.
Lançado em junho deste ano, o API reúne aproximadamente 20 grupos de pesquisa em nanotecnologia, principalmente da UFSC e de empresas como TNS, Nanovetores, Inovacura, Photonita, Nanoendoluminal, Dentscare, T-cota, Nanoativa e JoRom.
Instituído em abril de 2012, o SisNano é composto por unidades especializadas e multiusuárias de laboratórios, direcionadas a PD&I em nanociências e nanotecnologias, e formado por duas categorias.
Uma, os laboratórios estratégicos, ligados ao MCTI e aos órgãos públicos, nos quais 50% do tempo de uso dos equipamentos deverá ser disponibilizado a usuários externos.
Outra, os laboratórios associados, de universidades e institutos de pesquisa, que deverão oferecer 15% do tempo a pesquisadores e empresas de fora da instituição.
Os laboratórios terão liberdade na operação do processo, mas as atividades seguirão diretrizes do Comitê Interministerial de Nanotecnologia (CIN), que é formado por representantes dez ministérios e coordenado pelo MCTI.
Além do exemplo catarinense, outra mostra da nanotecnologia brasileira já em ação expansiva é a da Nanum, empresa que fornece tinta magnética inkjet, usada em impressões bancárias e por empresas de cartões de crédito, para grandes grupos internacionais, como a HP.
“Para conseguir uma resposta magnética grande o suficiente, tivemos que fazer uma dispersão superconcentrada, uma dispersão nanoparticular”, conta o sócio diretor da companhia, Tarik Mohallem. “Criamos a tinta primeiro em um laboratório e agora exportamos toneladas do produto para diversas empresas”, completa.
Na avaliação dele, o incentivo do governo vai encurtar caminho para novos projetos do setor.
“Nosso desenvolvimento foi caríssimo, pois, ao longo do tempo, usamos muitos equipamentos e estruturas do exterior”, diz o empresário. “Outras empresas que estão começando não vão precisar ar pelo que a gente ou”, comenta.
A nanotecnologia é o estudo de manipulação da matéria numa escala atômica e molecular.
Com aplicações nas áreas de medicina, eletrônica, ciência da computação, física, química, biologia e engenharia dos materiais, a área movimentou US$ 380 bilhões em 2010 e deve atingir os US$ 3,3 trilhões em 2018.
Espera-se que o Brasil alcance 1% dessa estimativa, ou seja, cerca de US$ 35 bilhões de negócios com nanotecnologia em 2018.