
Matt Small, VP da Blackboard.
A Blackboard deve começar a oferecer no Brasil em 2014 suas soluções de ensino a distância baseados na plataforma open source de e-learning Moodle.
A oferta do chamado Joule é um desdobramento das aquisições feitas em março de 2012, quando, num movimento que surpreendeu o mercado, a Blackboard comprou as empresas líderes em e à plataforma Moodle nos Estados Unidos e Austrália.
“Hoje somos a empresa que mais contribui com linhas de código para o Moodle”, resume Matt Small, VP da Blackboard, que está em Porto Alegre nesta semana em reuniões no Grupo A, editora de livros educacionais que é representante exclusiva da multinacional no Brasil desde 2011.
A estratégia da Blackboard era até as aquisições converter usuários do Moodle para a sua própria plataforma proprietária – a Feevale, de Novo Hamburgo, assinou um contrato nesses moldes em janeiro, por exemplo.
Mas a abordagem tem limitações no mercado brasileiro, onde 76% das instituições de ensino tem menos de 3 mil alunos e ainda está nas primeiras etapas da adoção de EaD, majoritariamente dentro do limite dos 20% do currículo que o Ministério da Educação permite que sejam oferecidos à distância.
Assim, os clientes acabam ficando na parte de cima da pirâmide: além da Feevale, são clientes organizações como FGV, FAAP, Dom Cabral, ESPM e Senac-SP.
O mercado brasileiro está crescendo em importância para a Blackboard. Uma série de fusões no setor de educação, da qual o último exemplo é a fusão Anhanguera-Kroton, está criando potências na área de ensino.
Com milhares de alunos à distância, as novas mega corporações de ensino são clientes para a parte mais sofisticada do porfólio da Blackboard, que inclui softwares analíticos para medir o desempenho dos alunos.
Ao mesmo tempo, organizações de todos os portes estão sendo cobradas para oferecer mais e mais recursos de ensino interativo.
“Nenhuma universidade pode esperar atender os jovens de hoje com giz e quadro”, resume Bruno Weiblen, diretor da Blackboard no Brasil.
Ou com livros de papel. Há 38 anos no mercado, a Grupo A – Artmed Editora até 2010 – é uma holding formada pelos selos editoriais Artmed, Bookman, Artes Médicas, McGrawHill, Penso e Tekne.
A do contrato de representação com a Blackboard foi consequência do investimento da empresa em e-books e na aquisição em outubro de 2011 da GSI Brasil, empresa de e-learning fundada por Weiblen.
“Estamos buscando uma forma de integrar conteúdo e tecnologia”, resume Weiblen.
A Blackboard fechou o capital em 2012, após ser adquirida por US$ 1,64 bilhão por um fundo de investimentos. Em 2010, último ano para o qual existem dados públicos do ano, o faturamento foi de US$ 447,32 milhões.