
Cleber Morais e Eros Jantsch. Foto: Baguete.
A Bematech, empresa nacional especializada em soluções de automação, está investindo alto para expandir sua oferta nos segmentos em que atua, como varejo, food service e hoteleiro.
Segundo Cleber Morais, presidente da companhia, e Eros Jantsch, diretor vice-presidente executivo, o desafio é ar por um cenário de transformação no mercado de TI e também no varejo, setor onde a companhia iniciou e cresceu, fornecendo soluções de automação fiscal e pontos de venda (PDV).
Os dois executivos, que abriram o ciclo de palestras no Potencializando, evento promovido pela distribuidora ScanSource CDC Brasil para clientes e parceiros, vêem uma oportunidade para soluções de automação, mesmo em um mercado em retração.
"Quando a ordem nestas operações é reduzir custos, empregar automação funciona como a melhor alternativa para alcançar estes objetivos", destacou Morais.
A receita tem dado certo para a empresa, que no primeiro trimestre de 2014, contabilizou ganhos de R$ 95,5 milhões, crescimento de 22,7% em relação à receita do mesmo período no ano ado e décimo período consecutivo de crescimento.
Para a companhia, que tem em sua carteira clientes como C&A, Ambev, Riachuelo, entre outras, o plano é expandir o leque de opções para estas empresas, com maior integração e novas funcionalidades.
Para isso, Morais destaca os investimentos da Bematech em novas tecnologias e aquisição de empresas complementares aos negócios na mira na companhia.
Apenas em 2014 a companhia já adicionou às suas fileiras a Unum, desenvolvedora de softwares de gestão de varejo em nuvem, por R$ 30 milhões, e adquiriu 60% da RJ Participações, especializada em sistemas de reservas e vendas de agens rodoviárias, por R$ 16,5 milhões.
Além disso, em maio a companhia levantou um financiamento de R$ 42,4 milhões junto ao BNDES a ser destinado a pesquisa e desenvolvimento nas linhas de hardware e software, bem como na modernização de processos e sistemas.
Um dos focos com o financiamento é o aprimoramento de um software gerenciador de notas fiscais eletrônicas, capaz de realizar o envio e autenticação, via certificação digital, de documentos para as Secretarias da Fazenda estaduais.
Para Jantsch, este é o resultado de uma mudança interna de escopo da companhia, realizada durante os últimos seis anos, e que definiu novas metas e tecnologias a serem oferecidas, dentro e fora do varejo.
"Mobilidade, relacionamento e fidelização do cliente (CRM) e novas tecnologias fiscais como a nota eletrônica de consumidor estão chegando para mudar o jogo e são uma grande oportunidade para nós", afirma Jantsch.
Para Morais, o emprego da NFC-e, já em funcionamento em estados como Amazonas, Rio Grande do Sul e Rio de Janeiro (ainda em testes) não representará uma queda nos ganhos da companhia, que tem na venda de equipamentos fiscais uma grande parte de sua operação.
"Não teremos perdas", emendou Morais, assim que a reportagem do Baguete fez a pergunta.
Com a eliminação da homologação de impressoras fiscais, a empresa foca em tecnologias otimizadas para as NFC-e, como terminais e impressoras conectadas e inteligentes. Mesmo assim, Jantsch acredita que ainda há um longo caminho pela frente.
O porém do executivo diz respeito às exigências do novo sistema, que requer conexões estáveis e velozes com a rede das secretarias de fazenda, algo ainda complicado no atual cenário de telecomunicações.
"Somos uma companhia que tem um entendimento antigo do varejo e de suas mudanças. Apoiamos tecnologias como a nota fiscal eletrônica e as vantagens que ela traz, mas ainda há obstáculos tecnológicos a serem vencidos para isto se tornar uma realidade", observa.
*Leandro Souza viajou ao ScanSource Potencializando na Bahia a convite da ScanSource CDC Brasil