Avalanche de demissões faz diversidade despencar 1b6t1x

A avalanche de demissões em grandes empresas de tecnologia nos Estados Unidos já fez as listas de vagas de emprego para cargos de diversidade, igualdade e inclusão (DEI) caírem cerca de 19% no país em 2022.

O número foi divulgado pela Textio, uma plataforma de revisão de texto projetada para equipes de contratação. 

Segundo a empresa, os cargos de engenharia de software e ciência de dados tiveram quedas maiores, de 24% e 27%, respectivamente.

“Estou cautelosamente preocupado. Não que essas funções cheguem a zero, mas que haverá um aumento nas funções do tipo ‘canivete suíço'”, disse Kieran Snyder, CEO da Textio, que acredita que os profissionais da área acabarão assumindo funções adicionais.

De acordo com o site Meio & Mensagem, a equipe de DEI do Twitter ou de 30 pessoas para apenas duas após a companhia realizar cortes de funcionários em massa.

As contratações para a área tiveram um boom em 2020, quando os protestos do Black Lives Matter tomaram conta dos Estados Unidos após o assassinato de George Floyd. 

Segundo dados do site de empregos Indeed, as ofertas de vagas do tipo aumentaram 123% nos três meses após o crime — um sinal de que as empresas estariam buscando aumentar a diversidade racial e de gênero em suas equipes.

Agora que o assunto não está mais em alta e as companhias am por uma redução de custos, a diversidade acaba ficando em segundo plano.

“Cortar funcionários orientados para DEI agora, a menos que você tenha realmente progredido e possa dizer que a missão está cumprida, não é uma boa ideia”, disse Angie Kamath, reitora da Escola de Estudos Profissionais da New York University (NYU).

Conforme um relatório da McKinsey e LeanIn.org., cerca de uma em cada cinco líderes femininas deixou seu trabalho nos últimos dois anos por conta da falta de compromisso da empresa com a área.

ONDA DE DEMISSÕES

A lista de grandes empresas de tecnologia que estão realizando cortes em massa só aumenta.

A IBM, por exemplo, acaba de anunciar que vai demitir 3,9 mil pessoas, cerca de 1,5% de sua força de trabalho global.

Na última semana, o Google demitiu 12 mil colaboradores apenas dois dias após a Microsoft anunciar que iria demitir cerca de 10 mil funcionários até o final de março, quase 5% de uma força de trabalho global de 221 mil pessoas.

Recentemente, Christopher Hohn, criador do fundo de cobertura TCI Management, dono de US$ 6 bilhões em ações do Google, fez um apelo a Sundar Pichai, CEO da big tech e da Alphabet, para que o executivo demita mais 30 mil funcionários, em um corte de mais 20% do quadro de colaboradores.

No início deste ano, a Salesforce anunciou que irá demitir 7 mil funcionários, algo próximo de 10% da sua equipe global.

Em novembro de 2022, a Meta, dona do Facebook, WhatsApp e Instagram, demitiu mais de 11 mil funcionários — o maior corte da sua história, reduzindo seu quadro de trabalhadores em 13%.

No mesmo mês, o Twitter, então recém comprado por Elon Musk, começou a fazer desligamentos na companhia — que poderiam chegar a mais de 50% dos 7,5 mil colaboradores. 

A Amazon também fez um corte de equipe que atingiu cerca de 10 mil pessoas, quase 3% de sua força de trabalho.