
Atos interpretou sinais do mercado e tomou novos rumos. Foto: Pexels.
A Atos, multinacional sa de outsourcing e integração de TI, acaba de se tornar a última gigante a ver que o mercado tradicional de infraestrutura não tem muito futuro.
Em uma alerta para investidores sobre uma nova previsão de redução de receitas, a empresa afirmou que vai começar a diminuir seu foco em “serviços de infraestrutura clássicos” e comunicações unificadas, e apostar mais em computação na nuvem.
A reestruturação deve apostar em três unidades: nuvem, digital e segurança.
A Atos disse que as estimativas de vendas para o ano de 2021 caíram 2,6%, ficando em US$ 12,3 bilhões.
A empresa também apontou € 1,9 bilhão como perdas em seu balanço, relativos a aquisições que não emplacaram, a depreciação do valor dos data center e acordos de aluguel de equipamentos.
“Agora podemos mudar a página e começar um novo capítulo para a Atos”, disse o CEO da gigante Rodolphe Belmer, em conversa com analistas reportada pelo site The . Belmer assumiu a empresa em janeiro.
O plano completo deve ser apresentado por Belmer aos acionistas junto com os resultados do ano de 2021, a serem publicados em 22 de fevereiro.
Com as medidas, a Atos se une ao clube das grandes empresas de TI em busca de um lugar ao sol no ecossistema de tecnologia atual.
Outros integrantes são a Kyndryl, spin off da unidade de gerenciamento de infraestrutura da IBM, a Global Technology Services, anunciada no ano ado.
Também está no clube a DXC Technology, companhia formada ainda em 2017 pela fusão das operações de serviços de tecnologia da HPE com a americana CSC.
No caso da Kyndryl, ainda é cedo para saber qual será o resultado do spin off.
Já na DXC, as coisas parecem não estar indo muito bem.
A nova DXC começou com 170 mil funcionários em 70 países e uma projeção de faturamento de US$ 24 bilhões para 2018.
Desde então, a empresa vem fazendo cortes de pessoal, data centers e escritórios, visando equilibrar custos.
O faturamento para o ano fiscal encerrado em março de 2020 foi de US$ 19,5 bilhões, com um prejuízo de US$ 5,2 bilhões. A equipe era de 138 mil.
O cenário está em movimentação. Ainda em janeiro, a Atos ofereceu US$ 10,1 bilhões para adquirir a DXC, mas o negócio não foi adiante.
A aquisição, que seria a maior da história da Atos, foi vista por analistas como uma forma da Atos aumentar a presença nos Estados Unidos e ganhar escala em contratos.