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Alexander Atzberger.
Silenciosamente, a SAP está trabalhando na construção de um canal brasileiro para o Ariba, software de e-procurement adquirido pela multinacional alemã ainda em 2012 por US$ 4,3 bilhões.
Até agora, a SAP já tem 15 canais no país capazes de oferecer a solução. O grupo inclui grandes consultorias internacionais como Accenture, CSC, Deloitte, HP, IBM; players mais especializados como Sonda, T-Systems, Neoris, Complex IT e Softtek e também parceiros brasileiros mais focados no universo SAP como Fusion, PGT, SPRO, Star e Stratesys.
A meta da companhia é agregar mais cinco parceiros até o final do ano, revela Luiz Fernando Caldas, contratado em maio para assumir a área de vendas de soluções Ariba dentro da SAP.
Caldas é um executivo que conhece o mercado: foi um dos fundadores da plataforma de negociação B2B carioca Webb, fundada ainda nos anos 2000 e hoje chamada de Nimbi.
O processo de montagem da presença brasileira da Ariba segue os os de outros softwares oferecidos na nuvem adquiridos pela SAP nos últimos anos.
A SucessFactors, que, assim como a Ariba, tinha uma presença pequena no Brasil antes da compra pela SAP em 2011, começou a ver os primeiros cases de implementação a formação de canal de vendas mais consistentes no país cerca de dois anos depois.
A própria SAP parece estar assumindo o controle total da Ariba apenas agora.
A multinacional nomeou a cinco meses Alexander Atzberger, ex-chefe Office of CEO da companhia (uma espécie de "Casa Civil" da SAP), como presidente da Ariba.
Atzberger esteve no Brasil na semana ada, e, numa conversa exclusiva com a reportagem do Baguete Diário, disse que o Ariba está pronto para decolar no mercado brasileiro.
“O Brasil é um dos países nos quais nós investimos mais em localização”, garante Atzberger, destacando que parte do trabalho foi feito pelo SAP Labs Latin America, centro de desenvolvimento da multinacional instalado em São Leopoldo, na região metropolitana de Porto Alegre.
Além disso, Atzberger frisa que o S/4, nova geração do ERP da SAP, já nasce integrado nativamente com o Ariba, o que deve aumentar os ganhos gerados pelas companhias que adotem as duas soluções.
Lançada em fevereiro, a versão S/4 ainda está nos primeiros os no Brasil com cinco casos divulgados. A lista inclui Grupo Bom Jesus, Diagnósticos da América S.A (Dasa), Ceitec, Hoff e IRB.
No Instituto de Resseguros do Brasil, a Fusion, consultoria gaúcha que é um dos canais já habilitados para o Ariba, fez a implementação do S/4 e do software de e-procurement.
Além da IRB, a outro cliente Ariba divulgado pela SAP no país é a Sotreq, a maior revenda de maquinário pesado para mineração do país, com 70% do mercado.
Na companhia, o Ariba serviu para fazer a integração com a Vale (ambas empresas são clientes da SAP para sistemas de gestão). A Ariba tem uma força especial nesse segmento pela aquisição da chilena Quadrem, ainda em 2000, por US$ 150 milhões.
De acordo com Atzberger, a estratégia para fazer o Ariba crescer no Brasil não a somente por explorar a base de clientes da SAP, mas clientes de outros sistemas de gestão, incluindo a base da Totvs.
“Nosso foco é oferecer o melhor software para compradores e vendedores, independente da solução de gestão que eles trabalhem”, garante o presidente da Ariba.