
João Guerra, CEO interino da Americanas. Foto: Divulgação
O conselho de istração da Americanas afastou três diretores estatutários e três executivos da companhia, deixando no comando apenas o CEO interino, João Guerra.
Guerra, um profissional de carreira da Americanas com grande background em TI, foi nomeado para o cargo em 13 de janeiro.
O atual CEO interino está na companhia desde 1991, tendo sido gerente de TI por 12 anos, entre 1999 e 2011, ando depois para o cargo de CTO. No último ano e meio, Guerra foi o CHRO, à frente da área de RH.
A nomeação de Guerra e os afastamentos agora são consequências do que a Americanas chama de “inconsistências contábeis” no valor de R$ 20 bilhões, divulgadas em 11 de janeiro.
Desde então, a empresa estimou sua dívida em R$ 43 bilhões e iniciou um processo de recuperação judicial que vem colocando em xeque a credibilidade dos seus principais acionistas, o trio por detrás do fundo 3G.
Entre os diretores de saída, estão nomes de peso como Anna Christina Ramos Saicali, diretora da Ame Digital, fintech da Americanas.
Saicali tem 26 anos de casa, foi diretora presidente da B2W Digital por 14 anos e diretora responsável pela área de gente e tecnologia entre 1997 e 2004.
Também foram temporariamente sacados de suas funções Timotheo Barros, vice-presidente de lojas físicas, logística e tecnologia, e Márcio Cruz, vice-presidente de digital, consumo e marketing.
Os três diretores afastados são pessoas de confiança de Miguel Gutierrez, que comandou a Americanas por 20 anos até deixar o cargo em dezembro de 2022, substituído por Sérgio Rial, que ficou apenas nove dias no cargo até a descoberta do rombo bilionário.
O fato relevante divulgado na sexta-feira, 3, é assinado pela diretora Financeira e de Relações com Investidores, Camille Faria.
Faria é uma novata na Americanas. Ela foi contratada depois de estourar o escândalo, vinda da TIM, onde era CFO. A executiva tem a bagagem de ter liderado o processo de recuperação judicial da Oi, um dos maiores já feitos no país.