MEDO

Coronavírus esvazia Mobile World Congress 5p2l1u

Grandes nomes estão cancelando participação no maior evento de mobilidade do mundo. 3h5w5i

10 de fevereiro de 2020 - 09:51
Participantes do Mobile World Congress: "Eu acho que vi um vírus". Foto: https://www.flickr.com/photos/janitors/

Participantes do Mobile World Congress: "Eu acho que vi um vírus". Foto: https://www.flickr.com/photos/janitors/

Grandes empresas do setor de tecnologia estão cancelando suas participações no Mobile World Congress, o maior evento do setor de telecomunicações do mundo, por medo do coronavírus.

Neste domingo, 9, a Amazon e Sony informaram que não participará. Nvidia, LG e Ericsson já haviam feito a mesma coisa na semana ada.

De acordo com fontes ouvidas pelo CNET, a Samsung, uma das expositoras mais importantes do evento, deve deixar somente funcionários europeus no estande, diminunido os enviados dos Estados Unidos e Coréia do Sul.

As preocupações dos expositores não são infundadas. Marcado para acontecer em Barcelona entre 24 e 27 de fevereiro, o Mobile World Congress espera atrair 100 mil visitantes, cerca de 5% deles vindos da China, segundo o site El País.

A China é o principal foco da epidemia, com cerca de 40 mil infectados, dos quais cerca de 900 morreram. Os números já são piores do que os do Sars, uma doença similar surgida em 2002, e não há indícios de que a situação esteja melhorando.

As empresas que estão desistindo do evento justificam a decisão com base na segurança dos seus funcionários, que estariam em contato com milhares de pessoas nos principais estandes da feira.

Curiosamente, as companhias chinesa estão sendo mais conservadoras nas suas medidas de prevenção.

Uma matéria do site Nikkei Asia Review, pelo contrário, narra como as gigantes chinesas estão tratando de lidar com problemas como a falta de voos saindo do país para garantir sua presença na feira.

A Huawei, por exemplo, já estaria mandando funcionários para Barcelona na semana ada. 

O evento é um momento chave para a Huawei, em meio à disputa pelos contratos do 5G, com o governo americano pedindo boicote da tecnologia da empresa.

A ZTE disse que não promoveria sua coletiva de imprensa e a Xiaomi disse que não levaria jornalistas chineses, o que tem mais a ver com problemas logísticos do que prevenção.

Fontes ouvidas pela Nikkei disseram que os chineses são 30% dos participantes do evento.

A GSMA, organização mundial de telecomunicações responsável pelo Mobile World Congress, por sua parte, anunciou medidas como a proibição de participantes vindos da província de Hubei, cuja capital Wuhan é o epicentro do coronavírus.

Participantes que vem da China precisarão provar que estiveram fora do país por 14 dias, o tempo de incubação da doença.

A GSMA também disse  que vai alocar mais médicos, melhorar os planos de limpeza, controlar a temperatura na entrada e incentivar os participantes a não cumprimentar uns aos outros com apertos de mão. 

Os microfones usados pelos palestrantes serão desinfectados e trocados de uma palestra para a outra.

Autoridades de Barcelona, cidade que tem a MWC entre os pontos altos do seu calendário em uma época do ano com poucos turistas, frisam que o evento vai acontecer e que outros 2,8 mil expositores seguem confirmados.

Estimativas apontam que o evento traz uma receita de 460 milhões de euros e gere 13 mil empregos temporários na cidade.

A saída dos grandes nomes é mais grave do que parece. O MWC atrai todo o ecossistema de telecom, indo desde a parte de infraestrutura até desenvolvimento de aplicativos, ando por tipo de badulaque para celular.

Nomes como a LG, no entanto, garantem boa parte das manchetes e da visibilidade do evento. Os coreanos sempre lançam novos celulares em Barcelona.

O Mobile World Congress foi transferido para Barcelona desde 2006 e desde então dobrou seu número de participantes, embalado pela importância crescente dos celulares e da conectividade. 

O evento divide atenções com o Consumer Electronics Show, em Las Vegas, que na sua última edição atraiu 180 mil visitantes.

Mas a verdade é que o mar não está para peixe quando o assunto são grandes eventos de tecnologia, em parte inclusive por tendências sociológicas e comerciais promovidas pela conectividade.

Basta ver o caso da Cebit, uma feira com 33 anos de história e no ado um dos maiores eventos do calendário de tecnologia, que fechou as portas em 2018.

Durante o final dos anos 90 e no começo dos 2000, a Cebit era um barômetro do setor de tecnologia, com 850 mil visitantes anuais no evento, realizado em Hannover.

A última edição, em julho de 2018, foi uma sombra disso, com 120 mil participantes. Grandes nomes anunciaram que não estariam presentes em 2019 e os organizadores optaram por encerrar o evento.

O Coronavírus pode estar oferecendo uma desculpa para grandes empresas deixarem o evento, realocando o dinheiro nas suas próprias iniciativas, como, aliás, a Samsung já vinha fazendo, por exemplo. As consequências poderiam ser vistas muito além da edição deste ano da MWC.

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