
Camisetas personalizadas eram o negócio da Vitrinepix. Foto: divulgação.
O Vitrinepix, site brasileiro de e-commerce sob demanda de camisas, vai fechar as portas nesta sexta-feira, 03.
A decisão foi comunicada aos lojistas usuários da plataforma nesta terça, 31, por meio de um e-mail ao qual a reportagem do Baguete teve o.
“Devido a uma mudança repentina na estratégia dos investidores do Grupo Spreadshirt, o Brasil deixou de fazer parte da rota de expansão do grupo”, explica no e-mail a fundadora e CEO da empresa, Viviane Mendes.
A Spreadshirt é uma empresa alemã que adquiriu o controle do site brasileiro em 2014. A companhia atua no mesmo nicho, oferecendo uma plataforma pela qual empreendedores virtuais podem fazer designs de camisas, acionando a produção das unidades só em caso de fechamento de venda.
A Vitrinepix foi a única aquisição da Spreadshirt, de acordo com informações da base de dados sobre startups Crunch Base. A companhia atingiu vendas de US$ 96 milhões em 2014.
O negócio teve uma trajetória até certo ponto destacado na cena de startups brasileiras. Em 2012, foi investido pelo e.Bricks Digital, braço de negócios digitais do grupo RBS.
A fundadora, Viviane Mendes, é uma profissional experiente na internet brasileira, tendo começado a carreira como supervisora de marketing no Ibest, ainda no final dos anos 90.
Depois, ou por cargos executivos no ParPerfeito e UOL, antes de fundar a Vitrinepix, um caso de manual de "cauda longa", ainda em 2009.
"Ter um time e uma plataforma no Brasil agrega complexidade ao negócio, atrasando outros projetos da companhia", afirma em nota o CEO da Spreadshirt, Philip Rooke.
O executivo não chegou a comentar as circunstâncias econômicas do país, mas não é preciso ser dotado de uma imaginação muito grande para imaginar que elas também pesaram.
Os alemães da Spreadshirt podem ter sentido que entraram numa fria.
Meses depois da aquisição da Vitrinepix, o país entrou numa recessão da qual só deve sair no ano que vem. Certamente, a situação afetou a venda de camisetas, um mercado no qual a companhia tem concorrentes no país.
Ao mesmo tempo, o governo mudou as regras tributárias para o e-commerce, fazendo as empresas do setor pagaram ICMS duas vezes, na saída e na chegada do produto.
Como muitos estrangeiros antes deles, o pessoal da Spreadshirt pode ter chegado a conclusão que o Brasil não é para amadores.