
O comandante foi impedido de entrar no navio.
Caio Mario Paes de Andrade, em tese o novo presidente do Serpro, pode ter sido cortado da estatal federal de processamento de dados antes mesmo de assumir.
De acordo com fontes ouvidas pelo Baguete, o rumor dentro da empresa é que a efetivação da nomeação de Andrade teria sido bloqueado pelo conselho de istração da estatal, devido a uma negativa do empresário de se desligar de empresas de tecnologia nas quais ele tem participação.
O rumor ganha força pelo fato do nome de Andrade ter surgido na imprensa logo no começo do ano como a indicação do Ministério da Economia para o cargo, mas até agora não ter sido confirmada oficialmente.
Andrade participou do boom da Internet brasileira, no final dos anos 90. Em 1999, ele era presidente da PSINet Brasil e diretor-geral para América Latina. Adquiriu e consolidou 15 provedores de o na região, sendo o principal deles o STI em São Paulo.
Em 2000, fundou a WebForce, empresa que atua como incubadora/aceleradora de novos empreendimentos, onde talvez esteja a pedra no sapato da nomeação.
De 2010 para cá, a WebForce se consolidou e tem em seu portfólio marcas e serviços como 123i, Emoda, Newcore e Credihome, nenhuma das quais parece ter maior potencial de ser fornecedora do Serpro e configurar um possível conflito de interesse no futuro.
Casos de empresários ou executivos bem sucedidos na iniciativa privada assumindo a gestão das empresas de TI do governo em qualquer nível são relativamente raros.
Normalmente, cargos do tipo ficam nas mãos de funcionários de carreira da istração pública com respaldo do grupo político nos quais a estatal em questão caiu nas mãos.
Nesse sentido, a composição do conselho de istração do Serpro é bastante típica, com cinco dos seis integrantes exibindo uma experiência profissional majoritariamente ligada ao governo.