
Fernanda Ferraz, head da Wiipo.
A Senior quer aproveitar a sua posição como líder no segmento de software de folha de pagamento no país para alavancar os negócios de uma nova fintech.
Batizada de Wiipo, a nova empresa vai começar oferecendo produtos de antecipação de recebíveis de títulos para as empresas e crédito consignado para pessoa física.
Produtos de gestão de boletos e antecipação de cartão em fase de piloto com alguns clientes em desenvolvimento.
Além dos próprios produtos, a ideia é conectar diversos players da área de serviços financeiros, como fintechs e bancos, servindo como uma espécie de marketplace para o cliente.
A Wiipo também está preparada para o PIX, o serviço de pagamentos instantâneos que garante realização de transferências e pagamentos instantâneos atualmente sendo desenvolvida pelo Banco Central.
“O cliente nos disponibilizará seus dados, sendo sempre o dono final dessas informações, e vamos conseguir á-los de forma automática para, não só sugerir os melhores produtos customizados ao momento daquele cliente, mas também acelerar e facilitar o dia a dia das empresas, encurtando processos que hoje são dolorosos”, explica Fernanda Ferraz, head da Wiipo.
Ferraz foi contratada pela Senior em fevereiro, vinda da o, uma companhia de pagamentos onde a executiva era responsável pela área de Banking as a Service.
A profissional também foi diretora executiva da SSbenefícios, uma empresa do Grupo Sílvio Santos com 4 milhões de clientes.
A Senior tem uma base significativa de potenciais clientes: a empresa tem 12 mil clientes de gestão de folha, somando 6 milhões de funcionários. Pelas contas da Senior, isso significa 20% das folhas de pagamento do país.
“Ao lançar a Wiipo damos um o à frente, integrando as demandas financeiras das empresas e das pessoas com os sistemas de gestão, algo que otimiza processos e reduz o esforço operacional das organizações”, destaca o CEO da Senior, Carlênio Castelo Branco.
Sediada em Blumenau, a Senior fechou o ano ado com uma receita de R$ 431 milhões, uma alta de 29% frente aos resultados de 2018.
Sistemas de gestão ou ERPs são o carro chefe da Senior, responsáveis por 34% do faturamento, com alta de 75% no último ano.
A empresa vem fazendo uma movimentação para se diversificar, com investimentos na área de tecnologia para logística e HRtech.
Diversificação e compras devem levar a Senior a bater a sua meta de médio prazo, que é atingir um faturamento de R$ 1 bilhão até 2023.
De uns tempos para cá, os grandes players do mercado de software de gestão do país parecem ter acordado para a possibilidade de ampliar receitas convertendo o fluxo de informação nos seus sistemas em matéria prima para fintechs.
O caso mais notório é o da Totvs, comprou no ano ado a Supplier, uma empresa especializada em intermediação de operações de crédito entre clientes e fornecedores, por R$ 455,2 milhões.
Foi a primeira aquisição de uma fintech por parte da Totvs e a terceira maior em toda a história da empresa, atrás apenas das compras da Datasul e Bematech.
A compra serviu para reforçar um movimento prévio em tecnologia financeira, com a criação no final de março da fintech Totvs, que tem parceria com a Rede, a credenciadora de cartões do Itaú, e oferece meios de pagamento e antecipação de recebíveis a seus clientes do varejo.
Já a Linx criou em 2018 o Linx Pay Hub, a fintech que é considerada por analistas a galinha dos ovos de ouro da empresa.
De acordo com o Brazil Journal, a Linx vinha fazendo a seguinte conta para os investidores: se converter metade dos R$ 250 bilhões que am pelos seus sistemas de gestão em pagamentos processados pela Linx Pay, seu faturamento pode triplicar nos próximos anos.
Cobrando 1,3% por transação, o novo empreendimento se traduziria em uma receita anual de R$ 1,6 bilhão – mais de duas vezes o faturamento atual.