
PTC aposta em ambientes de multi-CAD. Foto: flickr.com/photos/planetptclive/
A PTC anunciou a última versão da sua ferramenta de CAD, o Creo 3.0, com destaque para uma funcionalidade que permite abrir diretamente no software arquivos criados por soluções como o NX, da Siemens e Catia e SolidWorks, da Dassault Systemes.
A multinacional frisa que a tecnologia, batizada de Unite, não trata de importação de arquivos, um processo que gera perda de informações e arquivos duplicados em dois formatos, mas de abertura direta, uma abordagem que simplifica a gestão de dados ligados a engenharia.
“É um breaktrough tecnológico”, garante Michael Campell, vice presidente de CAD da PTC, frisando que a tecnologia elimina a necessidade de conversão de todos os arquivos em caso de uma migração de CAD, um procedimento que gera custos antes de gerar benefícios.
Campell colocou o Unite como o último o da PTC para robustecer seu produto frente aos concorrentes depois da migração do Pro-e para o Creo, que incluiu melhorias de usabilidade e redução de preços.
Hoje, mais de 60% dos usuários do antigo Pro-e já migraram para o Creo, o que, no mundo vagaoroso das atualizações de sistemas de CAD, é considerado satisfatório.
Toyota e Wolkswagen devem fazer suas migrações neste ano, desatando efeitos de cadeia em sistemistas e mesmo empresas que enxergam esses gigantes como benchmarks.
Apesar de dados do Aberdeen Group indicarem que as melhores empresas na sua categoria terem uma possibilidade 35% de trabalhar com um ambiente de CAD unificado, a realidade é que a maioria das organizações trabalha com múltiplos formatos [40% da base de usuários da PTC, segundo pesquisa da empresa].
Ao invés de pressionar por uma conversão total dos usuários da concorrência, a PTC parece estar reconhecendo que os ambientes multi-CAD estão aí para ficar, e, até certo ponto, que os softwares concorrentes nesse mercado estão mais ou menos comoditizados.
A estratégia da empresa nos últimos anos tem sido colocar seus investimentos de aquisição e a ênfase do discurso em aplicações de gestão de ciclo de vida do produto, de aplicações e serviços respostas para o cenário mais complexo da manufatura atual.
Todas essas aplicações funcionam rodando sobre softwares de CAD da concorrência, como parece fazer agora o próprio software de CAD da PTC.
“Podemos entrar em clientes novos com projetos na área de Internet das Coisas, depois falar de serviços, depois para falar de software e quem sabe no final até migrar o CAD deles”, resume Jim Happelman, CEO da PTC.
* Maurício Renner cobriu o PTC Planet Live em Boston a convite da PTC.