
Os clientes do site estão enfrentando dificuldades desde sábado, 23. Foto: Pexels.
O Procon-SP notificou a empresa Terra Networks Brasil a esclarecer os problemas enfrentados em seu portal e também no e-mail.
Os clientes do site estão enfrentando dificuldades para ar os serviços desde sábado, 23.
Segundo a nota do órgão, publicada na quarta-feira, 27, a empresa deverá informar, dentro de um prazo de 24 horas, quais motivos geraram o problema, desde quando a interrupção do serviço ocorreu, quantos consumidores foram atingidos e em quais regiões.
O Terra também deverá esclarecer qual é o prazo previsto para a solução do problema, quais as providências adotadas e se há um plano de ação para o ressarcimento dos valores relativos aos serviços não prestados.
Uma multa poderá ser aplicada por conta do prejuízo causado aos consumidores do site, afirma o Procon.
Ontem, a empresa respondeu a clientes no Twitter que o serviço já estava normalizado.
“O Terra informa que o o ao portal e Webmail estão normalizados. A empresa segue monitorando seu servidor para garantir que não haja instabilidade no o dos clientes”, informou a empresa na rede social.
As reclamações de clientes, no entanto, persistem na manhã desta quinta-feira, 28.
“Isso está insustentável. Preciso do meu e-mail. Há dias sem poder trabalhar. Fora todas as outras coisas que tenho armazenadas no meu e-mail. Vários documentos!!! Vcs terão que se responsabilizar por todo esse transtorno!”, comentou hoje um usuário do Twitter.
A instabilidade, de acordo com o relato dos usuários, começou no sábado, 23.
Na segunda-feira, 25, o Terra postou um comunicado sobre o assunto no Twitter, indicando que o problema era no “servidor global” da empresa.
“Informamos que nossos clientes podem encontrar dificuldades para ar os serviços do portal devido a instabilidades no servidor global da empresa. Uma equipe já está atuando para solucionar a intermitência. Lamentamos pelos transtornos causados”, diz a nota.
Nas redes sociais, muitos clientes falaram de uma pane completa incluindo e-mail, portal, servidores pop3 e DNS. Vale lembrar que o Terra não tem mais emails gratuitos, só uma versão paga que custa R$ 15 ao mês.
As reclamações dos usuários foram respondidas com o mesmo comunicado, sem informar uma previsão de retorno dos serviços.
Lançado no Brasil em 1999 pela Telefônica, o Terra é uma das empresas mais representativas da história da Internet nacional.
A trajetória nos últimos anos, no entanto, é de declínio.
Em 2017, a empresa decidiu encerrar suas operações como portal de notícias nos Estados Unidos, Peru, México, Chile, Colômbia, Argentina, Venezuela e Equador, mantendo ainda o portal brasileiro (que também esteve fora do ar nos últimos dias).
A companhia mantém um time de TI em Porto Alegre, onde começou seus negócios no país após a aquisição do portal gaúcho Zaz, um dos provedores de o e portais de informação pioneiros da Internet brasileira (o Baguete também já existia naquela época, em outra encarnação).
Esse time de tecnologia também vem sendo enxugado. Em 2018, o CTO Rafael Kuhn deixou a empresa. Kuhn estava no Terra desde 1999 e havia assumido o cargo de CTO em 2013.
O Terra mantém toda uma gama de áreas na sua TI, incluindo infraestrutura de data centers, redes, gestão de anúncios, engenharia de vídeos e outros.
Quando decidiu fechar os sites de notícias fora do país e enxugar a sua área editorial, o Terra justificou a movimentação dizendo que estava saindo da área editorial, no qual a audiência estava em queda.
O Terra chegou a ser um dos portais de Internet mais lidos do mundo, em uma era pré-redes sociais e com o mercado digital muito menos consolidado. Mesmo na era dourada, as receitas de publicidade online não chegavam a mais de um terço do faturamento total.
O foco da empresa dali para adiante seria área de marketing, serviços digitais e mobile VAS, serviços nos quais a empresa poderia ser competitiva. A falha dos últimos dias coloca os planos sob questionamento.