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Tallis Gomes no Café com Ferri. Foto: reprodução/YouTube.
O Ministério Público do Trabalho (MPT) determinou a instauração de três inquéritos para investigar possíveis irregularidades trabalhistas na empresa G4 Educação após Tallis Gomes, CEO da empresa, declarar em um podcast que não contrata “esquerdistas”.
Por meio da Procuradoria Regional do Trabalho da 2ª Região, o MPT menciona ao menos 20 denúncias sigilosas como justificativa.
No podcast Café com Ferri, Gomes também afirma que “levou a igreja para dentro da empresa” e afirma que “se você não fizer 70 horas ou 80 horas por semana na empresa, você não vira nada na vida”.
O empresário chegou a dizer que sai do escritório por volta de 1h da manhã e todos estão trabalhando. Na manhã seguinte, por volta de 8h, o escritório continua cheio.
De acordo com o site Jota, o primeiro inquérito foi aberto para investigar se há discriminação por orientação política, religiosa ou filosófica e abusos decorrentes do poder diretivo do empregador.
O segundo trata da jornada de trabalho e do descanso semanal. Já o terceiro irá apurar se há desvirtuamento de pessoa jurídica.
“Os trabalhadores da empresa G4 Educação trabalham de domingo a domingo, num regime de 80 horas semanais e são obrigados a participarem de grupos de oração dentro da empresa, pois os sócios são evangélicos. Além disso, no processo seletivo é enfatizado que não são contratados profissionais que sejam alinhados a ideologias de esquerda”, diz trecho de uma das denúncias apresentadas ao MPT.
Em outra denúncia, é destacado que a “empresa está discriminando pessoas ao afirmar que não contrata funcionários que se identificam com ideologias contrárias às próprias, além disso, a empresa descumpre a CLT ao contratar pessoas via PJ, porém mantendo toda a estrutura de vínculo trabalhista”.
Procurada pelo Jota, a empresa ainda não se manifestou.