
É hora de voltar para o escritório na IBM? Foto: Pixabay.
A IBM pode estar no início de uma grande reversão nas suas práticas de recursos humanos, com uma diminuição do número de funcionários trabalhando por home office ou escritórios dispersos.
O site The obteve uma mensagem de vídeo interna na qual a CMO da IBM, Michelle Peluso, comunica aos funcionários da área de marketing a decisão de concentrar as operações da companhia nesse segmento nos Estados Unidos em seis centros.
De acordo com fontes do , os funcionários do marketing teriam 30 dias para decidirem se mudar para Austin, São Francisco, Nova York, Cambridge, Atlanta ou Raleigh.
“Começando pelos Estados Unidos, é tempo de nós começarmos a aproximar nossos times. Os times são mais poderosos, criativos e se divertem mais trabalhando ombro a ombro”, afirma Michelle no vídeo, destacando a competição crescente com empresas do Vale do Silício e Microsoft.
Fontes do site também disseram que as medidas também estão sendo implantadas no departamento de Software e Sistemas, ainda que sem maiores detalhes. De acordo com o , a medida será ampliada nos próximos meses nos Estados Unidos e na Europa.
Procurada pela reportagem do Baguete, a IBM do Brasil disse que a medida não se aplica por aqui.
O processo ainda está nas fases iniciais e é difícil acreditar que uma mudança global da orientação da empresa sobre home office, caso confirmada, não venha eventualmente a afetar os funcionários brasileiros.
Na avaliação do , a medida é na verdade um corte custos com RH disfarçado. Isso porque a tendência é que funcionários com mais anos de casa não aceitem fazer uma mudança brusca e saiam da empresa, abrindo espaço para a companhia contratar colaboradores menos experientes por salários menores.
A ideia não é nova. Marisa Meyer tentou uma medida similar ao assumir o Yahoo! em 2013.
Na ocasião, todos os 12 mil funcionários da empresa voltaram a trabalhar exclusivamente nos escritórios da companhia de uma tacada só.
Não adiantou muito. O Yahoo! seguiu uma trajetória de decadência que já durava anos e acabou vendido para a Verizon em 2016.
A situação da IBM não é nem de longe tão complicada quanto era a do Yahoo!, mas também não é nenhum mar de rosas.
A empresa fechou em janeiro seu 19o trimestre consecutivo de queda na receita, concluindo o ano de 2016 com uma receita de US$ 79,9 bilhões, uma queda de 2% frente ao registrado no ano anterior.
A IBM está efetuando uma transição no seu modelo de negócios, colocando maior ênfase em computação em nuvem e soluções cognitivas e menos em hardware e serviços.
Chamadas de “imperativos estratégicos” pela IBM, as áreas totalizaram US$ 33 bilhões em 2016, 41% do total da receita e subiram 13% na comparação anual.