Criminosos querem dados de cartão de crédito. Foto: Depositphotos.
A Lojas Americanas, varejista que está em apuros financeiros, virou a queridinha de criminosos especializados no golpe da loja virtual falsa.
É o que aponta um relatório recente da ESET, uma multinacional da área de segurança, segundo o qual a quantidade de lojas falsas da Americanas chega a ser 40% a alguns dos seus principais concorrentes.
O desvio fica fora do modus operandi típico dos golpistas, que normalmente apostam em criar sites de diversas lojas conhecidas, promovendo os mesmos com campanhas promocionais falsas para captar dados de cartão de crédito de incautos.
A preferência pelas Americanas parece ser uma prova retorcida da velha máxima “falem mal de mim, mas falem de mim”.
“Não identifico outro motivo para essa preferência por parte dos criminosos que não seja o grande destaque na mídia que a loja recebeu devido aos problemas financeiros apresentados pela empresa”, aponta Daniel Cunha Barbosa, analista responsável pelo relatório.
De acordo com Cunha, a visibilidade dos problemas da varejista pode ajudar a despertar o interesse por falsas promoções - talvez porque os clientes achem que a Americanas está torrando produtos para fazer caixa?
O relatório da ESET não chega a especular isso, mas outra possibilidade é que os criminosos estejam apostando que a crise na Lojas Americanas deixará a empresa mais lenta na hora de tomar medidas para tirar os sites falsos do ar.
A ESET aproveitou para analisar um site falso em particular, no qual os golpistas foram mais sofisticados do que a média, ando um trabalho extra atípico para tornar a página fake o mais parecida possível com a original.
Ao escolher um smartphone para efetuar a compra, o site oferece diferentes opções de modelo e cores, algo nunca identificado em outra campanha maliciosa, de acordo com a ESET.
Outra medida pouco comum foi colocar uma opção de entrega mais rápida, cobrando uma taxa por ela.
“Em golpes menos estruturados, as opções de entrega são sempre gratuitas já que os criminosos não querem ter o trabalho de alterar as programações dos sites”, aponta Barbosa.
Na hora de fechar a compra, o site faz uma validação de campo no número de cartão, o que impossibilita a inserção de números sequenciais e outras estruturas numéricas que não tenham as características de um número real de cartão de crédito.
O site também aceita pagamentos por PIX, gerando QR codes dinâmicos, sempre no valor dos itens no carrinho, com o pagamento sendo destinado para o CNPJ de uma Via Varejo Eletrônicos LTDA, uma empresa de fachada com o nome de uma concorrente da Americanas, que pertence ao grupo B2W.
Maurício Renner 1r206e
Editor at Baguete Diário