
Gerdau segue cortando executivos. Foto: divulgação.
A Gerdau encerrou as atividades da área de Inovação e Gestão, baseada na sede da empresa, em Porto Alegre.
Com a movimentação, saiu da empresa Leonardo Comparsi de Oliveira, líder do setor de Inovação e Gestão.
A informação é de fontes de mercado ouvidas pelo Baguete e foi confirmada pela Gerdau por meio da sua assessoria de imprensa.
"A área de Inovação e Gestão a a ser de responsabilidade das áreas de negócio, não mais existindo uma área corporativa para o tema", explica a siderúrgica em nota.
Além de Comparsi, também deixou a empresa Juan Pedro Normey Almeida, líder da área de Engenharia, que atuava como gerente de projetos para TI e Engenharia. A saída também foi confirmada pela Gerdau.
De acordo com as fontes ouvidas pelo site, a decisão é decorrente da queda do volume de investimentos na siderúrgica gaúcha, com o consequente impacto no volume de projetos.
Tanto Normey como Comparsi são executivos de carreira da Gerdau. Comparsi liderava a gestão de inovação há cinco anos, baseado em Porto Alegre.
Nos últimos tempos, o profissional vinha aproximando a Gerdau das últimas tendências no campo, por meio da participação da empresa no programa 100 Open Startups e a organização do primeiro hackathon interno.
Comparsi estava na Gerdau desde 1994 e havia sido também diretor de sistemas de gestão da Gerdau Ameristeel.
Normey ingressou na Gerdau em 2004 e foi o PMO do projeto Gerdau Global Template, criação de um Template padrão para implantação do SAP na Gerdau em 14 países.
Além disso, participou de iniciativas como a implantação da nota fiscal eletrônica, treinamentos na área de projetos, mentoria e coaching.
Nos anos 90, Normey foi um dos donos da Integral, desenvolvedora de ERPs sediada em Porto Alegre.
Em dezembro do ano ado, foi a vez de sair José Antônio Leal, gerente geral de TI da Gerdau no Brasil. Leal era outro executivo de carreira da Gerdau, empresa na qual começou ainda em 1986, como desenvolvedor de aplicações.
O fechamento dos departamentos não está acontecendo no vácuo. Desde o final de 2014, em resposta a crise econômica, a Gerdau vem cortando pessoal nas áreas de tecnologia.
Segundo a reportagem do Baguete pode averiguar, foram três ondas de cortes, sendo a última em maio desse ano, totalizando 140 profissionais.
Procurada, a Gerdau confirmou a existência de cortes em cada uma das ocasiões, mas sem nunca revelar números totais ou o tamanho anterior do time, que, pelas averiguações do Baguete, girava em torno de 200 pessoas.
Segundo o Baguete pode averiguar, os cortes se concentraram em perfis técnicos, principalmente analistas com muitos anos de casa e salários acima da média de mercado.
Na opinião de fontes ouvidas pelo Baguete, a nova onda de cortes sinaliza que a companhia não deve fazer grandes investimentos em TI no curto prazo.
O projeto Template de expansão do sistema de gestão da SAP, uma das maiores iniciativas já levadas a cabo na siderúrgica, foi concluído. A Stefanini tem o contrato de manutenção do sistema.
A nova fase da TI da companhia é ressaltada pela decisão, em março, de unir as diretorias de Suprimentos e TI sob o comando de Cláudia Piunti, diretora de Suprimentos da Gerdau.
Segundo a reportagem pode averiguar, Cláudia tem a reputação de ser uma negociadora dura, o que pode ser uma característica valiosa num momento em que a prioridade na Gerdau parece ser cortar custos.
A Gerdau está em um momento complicado, em meio à queda na demanda de aço causada pela desaceleração econômica do país. A empresa teve prejuízo operacional de R$ 2,99 bilhões no último trimestre de 2015.