
Em casa de ferreiro, espeto de ferro? Foto: Depositphotos.
A Fujitsu, uma das maiores empresas de tecnologia do mundo, embarcou em um projeto de cinco anos para adotar o sistema de gestão S/4 Hana da SAP como um padrão mundial.
Iniciado na metade de 2020 e com previsão de durar cinco anos, o projeto OneERP+ chega a dar medo de tão complicado.
A expectativa é que 1,5 mil profissionais estejam envolvidos na fase mais complexa, em uma companhia que emprega 124 mil pessoas em cerca de 180 países.
Hoje, a empresa é atendida por nada menos que 4 mil sistemas corporativos. No que tange ERP especificamente, a Fujitsu tem rodando diferentes versões de sistemas da SAP, além de software desenvolvido internamente.
Os sistemas em questão gerenciam vendas, contabilidade, compras, dados de gestão de projetos, entre outras coisas, o que dá uma ideia da dimensão do problema.
“Existem muitos processos de negócios diferentes e sistemas para cada negócio e região. Um dos nossos desafios chave é estandardizar todos os dados relativos a processos, dentro de um sistema básico”, disse ao site The o chief data officer da Fujitsu, Shunsuke Baba.
A complicação toda tem lá seus motivos. A Fujitsu é a sexta maior provedora de serviços de TI, e tem ofertas de hardware variando de servidores até ar condicionado, ando por mainframe, microeletrônica e telecomunicações.
A empresa está no mercado desde 1935, perdendo só para a IBM no quesito longevidade.
Em termos de cronograma, a Fujitsu já tem rodando o Concur, um software como serviço da SAP focado em gestão de viagens, e espera ter o novo ERP rodando na sede já em 2024.
O S/4 da Fujitsu vai rodar na nuvem Azure da Microsoft. Outras aplicações compradas como serviços vão rodar também na AWS (o que não deixa de ser interessante, porque se existe uma empresa que poderia criar a própria infra, essa seria a Fujitsu).
A iniciativa é parte de um movimento maior visando reposicionar a Fujitsu como uma “empresa de transformação digital”, ao preço total de US$ 760 milhões.
A ideia da Fujitsu com tudo isso é mostrar que em casa de ferreiro o espeto pode ser de ferro, usando o sucesso da sua própria iniciativa em alinhar sistemas tanto no front como no back end como um grande case de transformação digital.
O que é um grande risco, porque o ditado “em casa de ferreiro o espeto é de pau” existe por um motivo.