
Um em cada quatro canais nos EUA não vai sobreviver o Covid. Foto: Pexels.
Cerca de um quarto das 150 mil empresas que atuam como canais de TI nos Estados Unidos vão sofrer “problemas financeiros irrecuperáveis” como consequência da pandemia de Covid-19, uma situação que as levará à falência, fechamento ou, na melhor das hipóteses, a ser comprado por outro canal.
Pelo menos é que aponta a empresa de análise Forrester, que prevê três cenários possíveis para o desenvolvimento da crise.
O mais provável deles, batizado de cenário B, prevê um corte de gastos na área de TI de 9% em 2020, seguido por mais 5% em 2021.
Isso significaria que a receita total do canal americano cairia 12,5%, dos US$ 880 bilhões de 2019 para US$ 770 bilhões em 2020. Outra queda está prevista para 2021, desta vez na casa de 6%.
As revendas de TI serão mais atingidas porque não dominam tecnologias em crescimento como software como serviço, sofrendo mais com as quedas previstas para venda de computadores (16%), equipamento de telecomunicações (17%) e migração de sistemas (15,7%).
O canal típico nos Estados Unidos, de acordo com a Forrester, tem oito funcionários e fatura US$ 2 milhões por ano.
É difícil extrapolar as avaliações da Forrester para o cenário brasileiro de canais de tecnologia, onde a situação das empresas é mais frágil.
O último levantamento divulgado pela Associação Brasileira da Distribuição de Tecnologia da Informação (Abradisti) apontava um crescimento de 7,6% no mercado em 2017, atingindo R$ 11,3 bilhões.
O crescimento se deu depois de um longo período de queda.
Em 2010, ano que Abradisti divulgou sua primeira pesquisa, o mercado era de R$ 12,4 bilhões, o que é um valor maior do que o obtido em 2017 e mesmo da previsão para 2018. Na época, o crescimento era de 10%.
Enquanto as brasileiras patinavam, multinacionais como Arrow, ScanSource e Westcon, aproveitaram os anos ruins para comprar as grandes concorrentes nacionais no segmento e solidificar sua situação. Elas dominam o topo da pirâmide hoje.