
O Fiat 147 foi o primeiro da marca produzido no Brasil. Foto: Marcelo Bezerra Cavalcanti.
A Fiat, a maior fabricante da Itália, está deixando o país depois de 115 anos. A companhia aprovou a fusão com a Chrysler a partir de uma votação que contou com a família Agnelli, que controla a empresa, e outros investidores. A aprovação selou o fim da Fiat como uma empresa italiana.
Criada pelo CEO ítalo-canadense Sergio Marchionne, a Fiat Chrysler AutomobilesNV será constituída sob a lei holandesa, terá sede no Reino Unido e estará registrada na Bolsa de Valores de Nova York, segundo a Exame.
Ao combinar recursos com a fabricante de automóveis americana, a empresa antes conhecida como Fabbrica Italiana di Automobili Torino poderá concorrer melhor com General Motors, Volkswagen AG e a Toyota Motor, disse o CEO.
Prejudicada por reformas insuficientes, a economia italiana estagnou nos últimos 14 anos e se contraiu em 10 dos últimos 11 trimestres. As taxas de desemprego estão perto de níveis recordes, o que está levando centenas de italianos a abandonar o país em busca de um futuro melhor.
A mesma coisa aconteceu com a Fiat. A regulação mais rígida exige grandes volumes de vendas para financiar o desenvolvimento de motores menos poluentes e expandir o crescimento em mercados como a China e a Índia.
Reforçada pela combinação, a Fiat planeja investir € 55 bilhões nos próximos cinco anos para aumentar em 61% as remessas, totalizando 7 milhões de carros até 2018.
A cifra ainda é menor do que a meta da Volkswagen de vender 10 milhões de veículos neste ano.
Marchionne pretende manter as funções de istração e tecnologia da informação em Turim.
Ele também prometeu manter abertas todas as fábricas italianas da Fiat e recontratar cerca de 30 mil funcionários da linha de produção que, em sua maioria, estão de licença.
Para isso, ele pretende montar na Itália o compacto Jeep Renegade e outros modelos da marca Chrysler.
A Fiat também pretende expandir outras marcas de alta gama, como Alfa Romeo e Maserati, para competir internacionalmente com nomes como BMW, Audi e Porsche.
No entanto, o acordo não é um remédio para tudo. A FCA não tem uma presença considerável na China e suas operações na América Latina estão em dificuldades.
Mesmo antes de finalizar a combinação com a Chrysler, a Fiat foi vinculada nas últimas semanas a fusões ou acordos com a Volkswagen e com a PSA Peugeot Citroën, da França, mas a Fiat negou as negociações.