
Logo essas índias peruanas poderão estar olhando o seu celular o tempo todo, como todo mundo. Foto: .flickr.com/photos/pedrosz/
O Facebook se associou com a Telefonica para levar conectividade a regiões não cobertas no Peru, com financiamento do BID Invest e Banco de Desenvolvimento da América Latina.
As empresas vão criar nova infraestrutura para oferecer cobertura de internet móvel 3G e 4G sob o modelo de rede como serviço (NaaS, em mais uma sigla em inglês terminada em S) para outras operadoras.
Na nova companhia, a Telefônica entra com o know how de telecomunicações, a partir de um negócio focado no mercado rural, e o Facebook e os bancos entram com dinheiro.
A companhia “atacadista de Internet” montada para o propósito se chama Internet para Todos (IpT) Peru e o modelo pode ser replicado em outros países da América Latina, onde, de acordo com as empresas, 20% da população está fora do alcance de redes de telecomunicações.
“A iniciativa alcançará sua sustentabilidade econômica por meio de acordos com comunidades locais e do uso de tecnologias abertas, que reduzirão o custo de implantação em áreas onde este custo para tecnologias convencionais é proibitivo atualmente”, apontam as empresas em nota.
A IpT se apoiará de arquiteturas de nuvem, planejamento de rede automático, soluções de rádio de o aberto (Open RAN) e uma combinação de fibra otimizada e redes de micro-ondas.
A Telefónica Peru já conseguiu conectar 2 mil comunidades em áreas remotas, beneficiando 600 mil pessoas usando esse tipo de abordagem.
O apoio ao projeto da Telefônica é uma mudança de estratégia do Facebook no campo das iniciativas sociais de conectividade.
Até agora, a principal aposta da empresa nesse campo era o Internet.org, lançado pelo Facebook em 2013.
Pelo serviço, disponível em meia dúzia de países, era possível usar o aplicativo do Facebook e alguns outros sem consumir dados do celular, o que ampliaria o o das populações carentes a informação (e o público potencial do Facebook, é claro).
O Internet.org enfrentou críticas por ferir o princípio de neutralidade de rede, inclusive no Brasil, o que empacou a iniciativa por aqui (mais adiante o Cade liberou o zero rating, mas o Facebook não voltou com seus planos).
Assim como o Google, com o seu projeto de Internet por balões, o Facebook tinha um projeto impactante de conectividade, no caso usando drones.
Tanto Google como Facebook enfrentaram problemas com as suas iniciativas, porque oferecer conectividade por aí desse jeito é complicado.
O Facebook parece estar começando a considerar que o melhor talvez seja deixar telecomunicações para empresas de telecomunicações.