
Ariel Lambrecht publicou uma foto testando um sistema de bicicletas em Pequim, em 2017. Foto: Reprodução/Facebook.
Ariel Lambrecht, fundador da 99, está com vagas abertas em sua nova startup, criada menos de dois meses depois da venda da 99 para a chinesa Didi Chuxing.
A 99 se tornou o primeiro unicórnio (startup com avaliação superior a US$ 1 bilhão) brasileiro com a venda para a Didi. A operação envolveu a compra da fatia detida pelos fundos Riverwood Capital, Monashees, Qualcomm Ventures, Tiger Global e pela japonesa Softbank, além da injeção de mais recursos na companhia.
Com a venda do negócio, o novo foco de Lambrecht é a Yellow, também focada em mobilidade.
Desta vez, a atuação trocará os carros por bicicletas, pelo que é possível concluir a partir do logo e do time já anunciado da empresa
Além de Ariel, a Yellow também tem Eduardo Musa entre os fundadores. O executivo atuou na fabricante de bicicletas Caloi, onde foi CEO, por treze anos.
Renato Freitas, co-fundador da 99, também está na liderança da nova startup.
Entre as vagas abertas pela empresa estão cargos como analista de BI, engenheiro de software, gerente de recursos humanos e gerente de armazém.
A principal aposta é que a Yellow vá trabalhar com o modelo de bicicletas compartilhadas.
O sistema de aluguel de bicicletas “sem estação” tem crescido no mundo e ainda não apareceu no Brasil.
No país, a Tembici é o nome mais lembrado no segmento com seu sistema patrocinado pelo Itaú em diversas capitais brasileiras, como Rio, Salvador, São Paulo, Recife e Porto Alegre.
A empresa ainda tem estações em outras cidades em parceria com diferentes patrocinadores, como Bike Belém (com apoio da HAPVIDA), Londrina (GolSat Tecnologia) e Juiz de Fora (Unimed).
Com o modelo da Tembici, o usuário pode retirar a bicicleta numa das estações espalhadas pela cidade e devolvê-la num dos pontos pré-estabelecidos.
No entanto, diversas empresas tentam implementar um sistema que não exija a devolução em estações, o que tem se mostrado um grande desafio.
Em fevereiro, a Gobee, uma empresa de Hong Kong, anunciou que encerraria sua operação na França após menos de seis meses por ter sofrido o que considerou uma “destruição em massa” de sua frota. A companhia relatou que teve mais de 3,4 mil bicicletas estragadas e mais de 1 mil roubadas.
O The Verge também relata que representantes de uma empresa com sede em Singapura tiveram que retirar 42 bicicletas de um rio em Melbourne, na Austrália, no final do ano ado. Com a falta de lugares obrigatórios para devolução, alguns equipamentos também acabaram em árvores ou simplesmente no meio de calçadas e gramados.
Já na China, onde surgiram muitos dos maiores serviços de compartilhamento, o suprimento de bicicletas supera a demanda em alguns lugares, fazendo com que surjam pilhas de bicicletas excedentes do tamanho de um pequeno prédio.
A Gobee já ado pelo mesmo problema na Bélgica, quando disse que "o vandalismo e os danos causados à frota de bicicletas atingiram limites que [a empresa] não pode mais superar".
Fundada em 2014 na China, a Ofo é a maior empresa do segmento. A companhia oferece bicicletas em mais de 250 cidades em 20 países, como China, Espanha, Rússia, Itália, Japão, Alemanha, França e Portugal.
A companhia cobra US$ 1 por hora de uso da bicicleta. O pagamento é feito no app utilizado também para desbloquear o equipamento via QR Code.