
Fernando Castro.
O banco digital Agibank acaba de lançar uma aplicação que usa leitura da placa do carro, autorizado com reconhecimento facial ou push no celular, para fazer o pagamento para postos de gasolina, pedágios e estacionamentos conveniados.
Uma camada extra de segurança é oferecida pelo fato do pagamento ser auditado por geolocalização. O dinheiro sai da conta digital do cliente no Agibank.
Em nota, o Agibank afirma que a tecnologia, batizada de PayCar, “já foi validada em testes piloto e está pronta para ir às ruas”.
A empresa não informa, no entanto, quantos estabelecimentos já estão conveniados para operar com esse tipo de pagamento.
O potencial é grande: ainda este mês, o Agibank deve chegar a mais de 1 milhão de clientes ativos (são cerca de 90 mil clientes novos por mês).
Por outro lado, o Agibank Pay, pelo qual os clientes do banco conseguem fazer pagamentos pelo celular tem apenas 38 mil estabelecimentos comerciais.
Esse tipo de pagamento é estrategicamente para o banco, uma vez elas mantém o dinheiro circulando dentro da instituição.
"No futuro, qualquer eletrodoméstico poderá ter sua conta própria no Agibank, enquanto o cliente apenas aprova as transações de maneira rápida e simples", aponta o CIO do Agibank, Fernando Castro.
Talvez Castro esteja exagerando um pouco na dose com a parte dos eletrodomésticos, mas de todas formas o lançamento do PayCar é um sinal de que a abordagem ágil de desenvolvimento interno de produtos do Agibank está dando resultado.
O Agibank decidiu colocar suas fichas numa organização de desenvolvimento de software totalmente baseada no conceito de DevOps, envolvendo um total de 260 profissionais da empresa.
DevOps é uma abordagem em alta no mundo de TI, que a pela aproximação das áreas de desenvolvimento e operações, visando girar um círculo virtuoso de melhorias no produto e na velocidade de entrega.
Com a nova abordagem, o Agibank ou a trabalhar com 11 “tribos”, como são chamadas as áreas macro de desenvolvimento de funcionalidades como o core bancário ou a tecnologia para os canais, com um profissional sênior à frente.
Essas tribos tem abaixo de si 40 dos chamados “squads”, equipes formadas por pessoas de negócio, analistas e desenvolvedores, focados em tarefas mais específicas, como por exemplo o desenvolvimento da versão para iOS do aplicativo do banco.
Profissionais especializados no gerenciamento de desenvolvimento com métodos ágeis, os chamados Scrum Masters, se deslocam entre os diferentes squads, assim como os demais integrantes, a medida que os produtos estão estabilizados ou são descontinuados.
Castro foi contratado pelo Agibank em julho do ano ado, vindo do Sicredi, banco cooperativo que é a maior instituição financeira privada do Rio Grande do Sul e está entre as maiores do país.
O profissional não foi a única contratação. O Agibank vem crescendo sua equipe em ritmo acelerado, com 60 vagas abertas no momento.
“A empresa tem uma mentalidade de startup. Queremos trabalhar com agilidade e sem silos fechados. A ideia é que o Agibank seja a empresa que um profissional recém formado queira ir trabalhar”, projeta Castro.
Um dos atrativos para jovens profissionais do Agibank são as práticas ágeis e de DevOps, que tornam o trabalho mais dinâmico e envolvido com as áreas finais da empresa.
O Agibank recebeu recentemente o prêmio TechXlr8 na categoria "Best DevOps Transformation" do London Tech Week, um evento de tecnologia com relevância mundial.
A empresa também abriu um escritório no Vale do Silício, de olho em startups locais e numa entrada no médio prazo no mercado americano, outro prospecto promissor.
Acima de tudo, o Agibank tem bala na agulha para contratar e capacidade de investimento, o tipo de empregador que não está em abundância no setor de tecnologia do Rio Grande do Sul.
No final do ano ado, foram anunciados planos de investir R$ 750 milhões em tecnologia e inovação ao longo dos próximos três anos.
As práticas ágeis e de DevOps são um dos quatro pilares que organizam a área de tecnologia do Agibank, junto com práticas de omnichannel e open banking, infraestrutura híbrida on premise e na nuvem e cibersegurança.
Criado em 1999 como uma financeira, a empresa mudou seu nome de Agiplan para Agibank há seis meses, para dar uma guinada digital com o objetivo de quintuplicar o número de correntistas neste ano.