
Funcionários da XP em um escritório da empresa.
Os 2,7 mil funcionários da XP, uma das maiores corretoras do país, seguirão podendo trabalhar em casa até o final do ano, independente da evolução da pandemia do coronavírus.
Com o anúncio, a empresa se torna a primeira empresa no Brasil a adotar uma posição que está se tornando frequente no Vale do Silício, onde Facebook, Google e Twitter tomaram atitudes similares.
A nova forma de trabalhar também valerá para os 600 profissionais a serem contratados neste ano em diversas áreas, principalmente em tecnologia.
A XP afirma estar estudando para tornar o modelo permanente. Guilherme Sant’Anna, sócio e responsável pela área de Gente & Gestão da XP Inc já parece projetar que o plano se torne realidade.
“Aas pessoas terão mais qualidade de vida e, acima de tudo, poderão trabalhar de onde preferirem, seja no Brasil ou no exterior. Contribuiremos com a sustentabilidade dado a redução de deslocamentos e viagens. Será transformacional em todos os aspectos”, disse.
Durante a quarentena, houve melhora dos índices de satisfação dos funcionários e dos clientes, medidos pelos indicadores ENPS (Employee Net Promoter Score) e NPS (Net Promoter Score), respectivamente.
No início da pandemia, a XP fez uma pesquisa sobre a preferência dos funcionários em frequentar o escritório. Apenas 5% disseram que querem ir ao escritório 5 dias por semana. A maioria disse que gostaria de ir apenas 3 vezes.
No futuro, a empresa estuda transformar os escritórios atuais em escritórios-conceito, que servirão de apoio para demandas específicas de treinamentos de colaboradores, dinâmicas presenciais, recepção e clientes e parceiros, entre outras.
De acordo com Sant’Anna, a “tendência”, é que a XP não tenha mais estações de trabalho fixas, adotando o chamado “hot desking”.
A XP teve tempo para pensar no assunto coronavírus.
A empresa foi uma das primeiras do país a ter que se enfrentar com o problema, quando um funcionário voltou da Itália direto para o escritório em São Paulo no dia 27 de fevereiro.
O funcionário não apresentava sintomas, mas mesmo assim a empresa teria pedido que ele fosse para casa e fizesse o teste, que retornou como positivo no sábado, 29.
Foi um dos primeiros confirmados no país e levou a empresa a ser também uma das pioneiras a introduzir home office em função da doença.
Durante o anúncio da medida, o CEO Guilherme Benchimol disse que não prevê redução imediata do espaço físico locado pela companhia, que ocupa sete andares e meio no São Paulo Corporate Towers e mais dois andares em sua antiga sede na Avenida Faria Lima.
Mas parece óbvio que se a XP opta pelo caminho do home office, a demanda por espaço nos escritórios será reduzida. Se a moda pega, o mercado de escritórios no Brasil pode ser outro em 2021.