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Carlos Affonso D’Albuquerque, CEO da Valid.
A Valid, companhia brasileira que está entre as maiores de identificação segura, adquiriu 51% de participação na Mitra, uma companhia especializada em soluções de gestão para istração municipal.
Não foi revelado o valor da compra. A Mitra atende algumas cidades importantes em São Paulo, como São Caetano do Sul e Santo André, no ABC Paulista e Vinhedo e Araraquara, no interior do estado. No Rio de Janeiro, Campos dos Goytacazes é um cliente.
Ao todo, as prefeituras clientes da Mitra tem 1,7 milhão de moradores.
“A aquisição da Mitra fortalece a capacidade da Valid em promover, de forma customizada, a jornada de transformação digital dos nossos clientes” explica Carlos Affonso D’Albuquerque, CEO da Valid.
Na prática, as duas empresas juntas podem oferecer soluções integradas com software e sistemas de verificação para que prefeituras coloquem em prática determinadas políticas públicas.
É o que aconteceu em São Caetano do Sul, onde foi feito projeto conjunto que envolvia programa de recadastramento biométrico dos cidadãos com integração em diferentes bases de dados da prefeitura.
No final, os cadastradores receberam o “Cartão São Caetano”, uma espécie de aporte de o ágil aos serviços públicos municipais com facilidade e segurança.
Em Vinhedo, foi feito um projeto similar, visando acelerar a abertura de empresas.
A Valid vem reforçando seu portfólio para cidades, tendo adquirido recentemente a Estacionamento Digital, companhia presente em 34 cidades, incluindo capitais como Belo Horizonte, Salvador e Fortaleza.
Com capital aberto na bolsa, a Valid 6 mil funcionários e é quinta maior produtora de cartões SIM no mundo.
A empresa também está entre as maiores emissoras certificados digitais do país, com 9,1% do mercado, segundo dados do ITI para o primeiro semestre de 2019. Só no último trimestre do ano ado, a receita foi de R$ 548 milhões, alta de 22,7%.
A entrada de um player de porte como a Valid, capaz de estruturar uma oferta além de software, representa uma potencial sacudida no mercado de sistemas de gestão para prefeituras no país, que não é dos mais agitados.
O nicho é dominado por companhias de porte médio, com bases de clientes na casa das centenas de prefeituras (ao todo, o país tem 5,5 mil cidades, mas muitas delas são pequenas e sem capacidade de investimento).
A SAP chegou a fazer uma menção de entrar no segmento com o B1, seu software para pequenas e médias. O movimento já tem mais de uma década, e como no geral a presença da multinacional alemã no segmento governo do Brasil, o assunto não deslanchou.
O movimento mais importante nos últimos anos no sentido de alterar o mercado de software para prefeituras veio do governo federal, que durante as istrações petistas tentou emplacar uma solução open source no segmento, por meio do Portal do Software Público.
A ideia era oferecer a implantação dentro do programa Cidades Digitais. Apesar da falação, pouca coisa aconteceu na prática. O Portal do Software Público segue no ar, mas não é mais o foco da política pública de tecnologia.