
Gilmar Hansen.
A Totvs trocou o comando do Fluig, plataforma de produtividade e colaboração que é uma das apostas da companhia nos últimos anos.
Saiu da empresa Gilmar Hansen, diretor de Produto do Fluig, na Totvs desde 2013. O cargo de Hansen foi integrado às funções de Mário Almeida, que já havia assumido a área de mobilidade e o ecossistema de canais do Fluig ao entrar na companhia, em dezembro de 2015.
É uma troca significativa de perfis. Hansen fez carreira na Datasul, onde entrou em 2001 e ficou até o começo de 2008, meses antes da fabricante catarinense de ERP ser adquirida pela Totvs.
No período entre a saída da Datasul e a contratação pela Totvs, Hansen fundou a Brava, uma companhia especializada em gerenciamento de conteúdo empresarial (ECM, na sigla em inglês), justamente uma das necessidades que o Fluig se propõe a atender.
Mário Almeida tem um histórico diferente, com experiência acumulada principalmente na área de finanças e varejo. O executivo tem agem por diversas empresas de investimentos no Paraná como Quaté, Gradual e Axiom.
Almeida foi também fundador em 2012 do DNA Shopper Mobile Retail, uma startup de soluções de tecnologia para varejo e foi um dos fundadores da Associacao Brasileira de Startups.
Hansen é o segundo executivo com ligação ao Fluig a deixar a Totvs nos últimos tempos. Em março, foi a vez de Marilia Rocca, que chegou a responder pela diretoria antes de ser promovida para VP de Serviços e Cloud Computing.
Hoje, Marília participa dos boards do Banco Santander no Brasil e da Denox, uma companhia mineira que se propõe ser uma plataforma fim-a-fim de Internet das Coisas (IoT). A executiva estava na Totvs desde 2001.
As mudanças na área do Fluig não estão acontecendo no vácuo. Ainda nesta terça-feira, 07, a Linx anunciou a contratação de Gilsinei Hansen, ex-vice presidente de Sistemas e Segmentos da Totvs, para assumir a gestão da área de P&D da Linx.
Gilnsinei Hansen, tem uma trajetória parecida com a de Gilmar, de quem inclusive é irmão. Ambos são de ville e trabalharam na Datasul, ando depois a integrar os quadros de executivos da Totvs.
Agora é aguardar para ver o que orientação estratégica Mário Almeida dará para o Fluig, lançado com barulho pela Totvs em 2013, como parte de uma estratégia mais ampla de transformar seus ERPs em uma espécie de motor transacional, deixando a interface de usuário com o novo produto.
Outra dimensão do lançamento era colocar no mercado um software “agnóstico” que pudesse funcionar integrado com qualquer sistema de gestão de mercado, dando para a Totvs uma entrada em clientes da concorrência. Isso seria feito através de um canal de dedicado.
A Totvs faz uma aposta sobre o futuro da companhia no Fluig. Em 2013, a empresa tomou um grande empréstimo junto ao BNDES, no total de R$ 658 milhões, dos quais R$ 58,4 milhões seriam investidos na ferramenta.
Os resultados, no entanto, não indicam claramente que a Totvs atingiu seus objetivos. Em outubro do ano ado, a companhia anunciou ter chegado a 24 parceiros do Fluig.
Na primeira versão do programa de canais, lançada em março de 2014, a Totvs divulgou uma meta de chegar ao final do ano com 35 canais para o Fluig.
Não é possível saber quem entrou e quem saiu do programa, porque a Totvs nunca divulgou uma lista completa dos parceiros, fazendo mistério devido ao fato que alguns deles teriam contratos com concorrentes.
Apesar de incluir algumas empresas de porte como Konica Minolta, Resource e PC sistemas, a maioria das parceiras conhecidas são software houses e companhias especialistas em ECM.
Atualmente, o Fluig conta com 600 mil usuários em 700 empresas. Segundo dados divulgados pela Totvs no ano ado, as empresas parceiras são responsáveis por 15% das vendas, com a grande maioria vindo diretamente Totvs, por meio das suas 52 franquias e da loja online.
Quando a meta de entrar na base de outros players, ela está mais ou menos no mesmo pé. Apesar de algumas exceções de peso, como a Dpaschoal, cliente da SAP, a maioria dos clientes, em torno de 80%, é da base Totvs.
Não se sabe qual é a contribuição financeira da base Fluig para os negócios da Totvs, mas como um todo a empresa a por um momento complicado.
Em meio à desaceleração econômica, combinada com a migração do modelo de negócios para a nuvem, a Totvs fechou o primeiro trimestre de 2016 com uma receita líquida de R$ 551,4 milhões, uma queda de 1% frente ao resultado mesmo período do ano anterior.