SOFTWARE

Totvs completa virada ágil 1q6h2h

A migração para a nova forma de trabalho foi iniciada em maio de 2017. 6q4l54

14 de janeiro de 2019 - 06:56
Fábio Girardi, diretor de engenharia corporativa da Totvs.

Fábio Girardi, diretor de engenharia corporativa da Totvs.

A Totvs completará nos meses de janeiro e fevereiro os últimos estágios da adoção de métodos ágeis de desenvolvimento de software em uma equipe que soma 3,7 mil pessoas em diferentes localidades do país.

Os dois primeiros meses do ano marcarão a entrada na nova forma de trabalho da operação focada na tecnologia Bematech, sediada em Curitiba, e a vertical de soluções focada em distribuição, sediada em Goiânia.

A migração para a nova forma de trabalho foi iniciada em maio de 2017, dentro de algumas das maiores verticais da Totvs, nas áreas de manufatura e serviços.

“Nossa ideia era mostrar que o movimento era sério, começando grande”, explica Fábio Girardi, diretor de engenharia corporativa da Totvs.

Girardi destaca que o processo começou ao mesmo tempo do que a mudança para a nova sede em São Paulo, um investimento de R$ 280 milhões.

A sede conta com mais de 65 mil m² e abriga cerca de 3,2 mil funcionários da Totvs, incluindo 2 mil em áreas de desenvolvimento e inovação.

O novo prédio foi inspirado em companhias do Vale do Silício, priorizando a tendência de espaços abertos com grandes áreas de trabalho, o que ajuda a fomentar o tipo de cultura aberta e com incentivos a interação entre os participantes que é um requisito de sucesso dos projetos de agilidade.

No escritório central há também o chamado UX Lab, um laboratório de 174 m² focado em inovação e experience, em que a equipe trabalha com o conceito de design thinking.

Recentemente, o UX Lab ou para o comando de Girardi, um movimento que acelera o ciclo entre a concepção de novas ideias ou novos produtos e o ciclo de desenvolvimento interno.

A abordagem da nova sede foi replicada em grandes unidades em cidades como Porto Alegre e ville, mas também em menores como Assis e Cianorte. 

Nessas e em outras unidades trabalham 1,7 mil desenvolvedores da Totvs em linhas de produtos e verticais específicas, produtos de anos de aquisições feitas pela empresa.

“Com uma arquitetura de espaços e uma cultura comum, somadas as ferramentas de comunicação disponíveis hoje, é cada vez mais como se estivéssemos todos juntos”, avalia Girardi.

A base de software para gerenciar a operação de desenvolvimento segue a mesma: a Totvs usa as soluções de colaboração da Atlassian, com consultoria da e-Core, companhia gaúcha que representa os australianos no Brasil.

Interação frequente e resposta ao dos usuários em ciclos curtos são o pilar da chamada abordagem ágil, um processo exigiu adaptações para funcionar na Totvs, que tem uma carteira com dezenas de milhares de clientes, indo desde o armazém da esquina até grandes corporações.

A Totvs criou perfis internos dos chamados “product owners”, pessoas centrais de contato sobre cada linha de produto, com os quais grupos selecionados de oito ou dez clientes podem ter uma interação contínua sobre melhorias no produto ou mesmo sobre novas soluções.

“Existe uma grande mudança de cultura entre ter roaps de produto com evoluções anuais e uma interação contínua”, aponta Girardi, destacando que agora as melhorias nas soluções são feitas em diferentes ciclos, indo desde 90 até 360 dias.

A mudança no modelo de desenvolvimento é também uma adaptação interna à nova forma de vender software da companhia, que tem feito grandes esforços nos últimos anos para oferecer mais e mais produtos como um serviço pago mensalmente e cada vez menos dentro do tradicional sistema de uma grande licença inicial mais um fee anual por atualizações.

Depois de dois anos difíceis, nos quais a mudança no modelo de receita teve um impacto negativo nos índices de crescimento junto com os efeitos da crise econômica, a Totvs parece ter conseguido "virar o fio".

A empresa fechou segundo trimestre de 2018 com uma receita líquida de R$ 574,8 milhões, uma alta de 4,4% frente aos resultados do mesmo período do ano anterior.

A alta foi bem mais acentuada na chamada receita de subscrição, gerada pelo pagamento recorrente de s de softwares da empresa: R$ 97,1 milhões, 31,2% acima do segundo trimestre de 2017.

Foi o melhor resultado da Totvs desde o primeiro trimestre de 2015, quando a empresa emplacou uma alta de 6,2%. 

Depois, em 2016, a Totvs enfrentou quatro trimestres de quedas no faturamento e vinha se recuperando desde então. O ano ado fechou com uma alta de 2%.