
Loja da Tok&Stok em Manaus. Foto: Divulgação.
A Tok&Stok, uma das maiores varejistas de móveis do Brasil, está sofrendo uma ação de despejo em um dos seus galpões logísticos, por atraso no pagamento do aluguel do espaço.
O fundo imobiliário Vinci Logística entrou com a ação nesta quarta-feira, 15, revela o Brazil Journal. A Tok&Stok ainda não pagou o aluguel que venceu no início do mês.
A empresa utiliza o galpão desde 2020 e esta é a primeira vez que deixou de pagar o aluguel em dia, segundo a matéria do Brazil Journal.
Na ação de despejo, a Tok&Stok tem o direito de pagar o aluguel, acrescido de uma multa, para conseguir manter o contrato.
A Vinci Logística agiu rápido, pedindo o despejo apesar do contrato ter duração de 10 anos e um seguro-fiança com cobertura equivalente a doze aluguéis vigentes. A empresa tem outros 15 galpões no portfólio.
Uma parte do motivo pode ser a atratividade do ativo. O galpão da Tok&Stok fica em Extrema, uma cidade perto da fronteira de Minas Gerais com São Paulo, que é conhecida como “a capital dos galpões” e tem bastante demanda.
Outro pode ser que a Vinci Logística está agindo com cautela extra, em um momento no escândalo da Americanas parece estar jogando sombra em todo o varejo brasileiro.
O atraso no aluguel poderia ser interpretado pelo locatário como um sintoma de problemas mais sérios de caixa e um aviso para picar a mula.
Apesar do discurso inicial das empresas do setor de que o caso da Americanas era isolado, fatos no sentido contrário vêm se acumulando nas últimas semanas.
Depois do pedido de recuperação judicial da Americanas, a CVC e a Marisa contrataram assessores financeiros para reestruturar suas dívidas. No caso da varejista de moda feminina, o presidente e membros do conselho saíram.
A Oi ganhou uma liminar que suspende temporariamente suas obrigações e sinalizou novo pedido de recuperação judicial, enquanto a agência de classificação de risco S&P Global Ratings avisou que a Gol pode aprovar uma reestruturação que equivaleria a um default.
O site Bloomberg agrega outros fatores que estão deixando os investidores temerosos de um novo quadro de crescimento econômico morno, inflação persistente, juros altos e confiança comprometida.