
O presidente do Sebrae, Luiz Barreto
As micro e pequenas empresas de TIC do país têm tudo para lucrar com a Copa do Mundo de 2014.
É o que revela um estudo encomendado pelo Sebrae à FGV segundo o qual das 448 oportunidades de negócio que o evento gerará para o SMB brasileiro, 105 serão para a área tecnológica, com destaque para desenvolvimento de softwares, projetos e assistência técnica, manutenção e e.
“Os serviços terão destaque, especialmente na implantação de sistemas, e e assistência à automação comercial, bem como infraestrutura de Internet, como no caso de pequenos provedores e prestadores de serviços relacionados à área de tele e radiodifusão, entre outros setores da comunicação”, destaca Vinicius Lages, gerente de Serviços do Sebrae.
O executivo também destaca oportunidades em tecnologia móvel, além da área de interatividade, convergência e redes sociais.
Segundo ele, as PMEs que souberem se preparar para atender às demandas da Copa terão condições não só de aproveitar as oportunidades mapeadas pelo estudo, que tratam do período pré e durante o evento, mas também negócios a longo prazo.
E tal preparação depende de fatores como gestão, adequação à regimentos e regulamentações tanto legais quanto contratuais, certificações e controle de qualidade.
Para auxiliar nesta adequação, a instituição lança o Programa Sebrae na Copa de 2014, que receberá, até 2013, investimentos de R$ 79,3 milhões a serem aplicados em ações de consultoria, inovação e o a mercados – o que contempla também outros setores, além da TIC, como turismo, construção e artesanato.
“Trata-se de adequar não só grupos de empresas, mas também prestar atendimentos individuais, preparando todos os setores para a formação de matrizes de competitividade, ou seja: dando-lhes a garantia de preparo para aproveitar este mercado em aberto”, comenta Lages.
O “Mapa de Oportunidades para as Micro e Pequenas Empresas nas Cidades-Sede”, como foi batizado o estudo do Sebrae/FGV, terá ainda novos desdobres, nos próximos meses.
Uma segunda etapa, por exemplo, irá identificar as atividades mais promissoras para cada setor, em cada estado que sediará a Copa.
Estado por estado
O levantamento, que levará em conta as aptidões locais, já está em andamento, na área de TIC, no Paraná, Rio de Janeiro, Pernambuco, Distrito Federal e Ceará.
Até maio, deverão estar concluídos os dados regionais de todos os setores avaliados.
“E ainda no primeiro semestre de 2011 vamos mapear mais cinco setores: agronegócio, madeira e móveis, têxtil e confecção, comércio varejista e serviços”, afirma Lages. “Queremos aproveitar o impulso da Copa para permitir que as MPEs ocupem um espaço maior na economia, não apenas no período até 2014, mas no futuro”, destaca ele.
Para embasar o argumento, o presidente do Sebrae, Luiz Barreto, afirma que, atualmente, 99% das empresas brasileiras são micro ou pequenas e respondem por 20% do PIB.
“Em países como a Alemanha, a participação delas no PIB chega a 40%”, afirma Barretto.
E para resolver o problema, o executivo sugere, além do fomento à profissionalização da gestão das MPEs, também uma aproximação com as grandes empresas, formando grupos para maximização do aproveitamento de oportunidades.
“Tão importante quanto capacitar os gestores das pequenas é articular, junto às grandes corporações, a inserção destas nas principais cadeias produtivas, e já iniciamos o diálogo com as principais associações empresariais nesse sentido”, revela o presidente.
Barreto explica que para aplicar as consultorias e treinamentos planejados pelo Sebrae para o programa, a entidade irá realizar encontros de negócios em todos os estados-sede da Copa, reunindo empresários (fornecedores e compradores de produtos e serviços), associações de classe, bancos de financiamento e outras entidades.
Ao todo, serão 12 encontros, um por cidade-sede, que devem começar ainda no primeiro semestre deste ano.
Regras do jogo
O Mapa de Oportunidades do Sebrae aponta, além das oportunides de negócio, quais são os requisitos obrigatórios e classificatórios que devem ser cumpridos para que os empresários possam garantir seu espaço no mercado.
Eliminatórios são aqueles sem os quais uma empresa é ou não contratada, normalmente por questões legais, como alvará de funcionamento, nota fiscal, CNPJ e inscrição estadual.
Já os classificatórios são os que agregam diferencial às empresas, sendo divididos em três tipos: documentação específica, gestão e sustentabilidade.
Na documentação específica, para a TI destacam-se a Certificação Empresarial para Gerenciamento de Serviços de TI (ISO 20.000), além de CMMI e MPS-BR.
“Há também os requisitos de gestão, como histórico de serviços prestados e treinamento de clientes para operação dos equipamentos. Nos de sustentabilidade, destacam-se a istração e utilização da TI verde e Certificação SA8000”, detalha Barreto.
Densidade
Outro dado do mapeamento é o índice de densidade das micro e pequenas empresas dentro dos mercados avaliados.
Em uma escala de 0 a 1, em TI o de maior densidade é o de operação de equipamentos de rádio e transmissão móvel externa, com índice de 0,82, ao lado dos serviços de provedores, com o mesmo grau.
Já assistência técnica, manutenção e e a equipamentos móveis de transmissão de sinais de TV vêm com 0,75, mesmo índice de e e manutenção de centrais telefônicas e terminais privados.
Aluguel de máquinas e equipamentos não especificados têm 0,71.