TI: contratações a toda! 2617g

O setor de TI entrou em 2010 com força total na área de contratações.

Conforme uma pesquisa da gaúcha Produtive Outplacement e Planejamento de Carreira, o primeiro trimestre se mostra aquecido neste segmento, sendo que só em janeiro o nível de issões na tecnologia cresceu 25% sobre o primeiro mês de 2009.
22 de fevereiro de 2010 - 18:36
TI: contratações a toda!
O setor de TI entrou em 2010 com força total na área de contratações.

Conforme uma pesquisa da gaúcha Produtive Outplacement e Planejamento de Carreira, o primeiro trimestre se mostra aquecido neste segmento, sendo que só em janeiro o nível de issões na tecnologia cresceu 25% sobre o primeiro mês de 2009.

“Além disso, o ciclo de recolocação de executivos caiu de oito meses durante o período da crise econômica para quatro a seis meses, atualmente”, avalia Francis Nakada, consultor da Produtive.

Segundo ele, as oportunidades crescentes na TI têm dois motivos: a recomposição dos quadros após a crise e o aumento real de 10% nos postos, com abertura de novas vagas ou funções.

Nakada explica que depois do período de recessão, empresas de todos os setores iniciaram uma reestruturação na qual a tecnologia foi um dos focos, o que fomentou os negócios dos fornecedores de todos os segmentos desta área.

Desenvolvimento e gerenciamento em alta
E dentre estes segmentos, a demanda cresceu ainda mais em áreas como o desenvolvimento de sistemas e o gerenciamento de projetos, que demandaram a maior parte das contratações em janeiro de 2010 e seguem com vagas aquecidas.

Os segmentos de apoio às áreas técnicas e os de gestão e operacional também seguem com boa demanda de contratações.

“Já Telecom e infraestrutura também contrataram, mas não acompanharam o mesmo ritmo destes outros setores”, destaca o consultor da Produtive.

Apagão?
Contudo, se por um lado as contratações estão em alta, por outro o apagão da mão de obra é um risco a ser levado em conta, analisa Nakada.

Um estudo da consultoria LCA, com base no Cadastro Geral de Trabalhadores (Caged) e na Relação Anual de Informações Sociais (Rais), aponta que já faltam trabalhadores qualificados no mercado brasileiro, que atingiu, em novembro de 2009, 32,28 milhões de pessoas empregadas, 1,1 milhão a mais que em outubro de 2008, antes da crise, quando o problema de falta de mão de obra qualificada era grave.

“É temível, sim, a repetição do apagão de mão de obra de 2008, pois comprometeria o avanço sustentável da economia. Se não há mão de obra, há menos possibilidade de atender às demandas de serviços, ou seja, as empresas perdem dinheiro”, ressalta o consultor gaúcho.

Vacina
Para combater este problema, Nakada bate na mesma tecla de todo especialista: a solução está na qualificação.

“A falta de formação adequada, com graduações incompletas ou excesso de auto-didática, é um grande entrave, assim como a questão dos idiomas – o mercado requer cada vez mais profissionais que dominem línguas como o Inglês, principalmente”, avalia ele.

Vamos invadir sua praia...
O Rio Grande do Sul, conforme Nakada, é um dos cenários desta carência de profissionais especializados. Não que o estado não os tenha: tem, mas não o suficiente para toda a demanda em aberto.

Com isso, abrem-se as portas para profissionais de outros mercados, inclusive o internacional, que podem ser chamados para suprir as vagas de alta exigência.

Sem medo
Outro fator que também acaba resultando na dificuldade de suprimento da demanda da TI é o excesso de confiança do profissional deste setor.

“Na TI, é um comportamento comum não temer o desemprego, já que os profissionais são bastante requisitados e os qualificados, assediados o tempo todo”, explica Nakada. “Mas não caia na armadilha da segurança excessiva: mantenha-se em constante qualificação, cuide do seu produto, que é sua prática profissional”, recomenda.  

Se cair... levante
Mesmo falando em vagas abundantes e profissionais cada vez mais requisitados, é claro que também há o outro lado: o de quem perde o emprego e precisa correr atrás para voltar ao mercado.

Na opinião de Nakada, o primeiro o é resgatar e acionar de maneira estratégica uma rede de contatos. Nada de pedir emprego: trata-se, segundo o consultor, de estrategicamente deixar o mercado saber o que você está buscando e o que tem a oferecer.

“No mercado executivo em geral, em torno de 70% das recolocações ocorrem por indicação. Mantenha seu networking ativo”, enfatiza o especialista da Produtive.

E como networking, ele ressalta não apenas eventos corporativos ou de marketing, mas uma extensa rede de relações sociais.

Por exemplo: almoce com as pessoas, faça happy hours, sente-se para tomar um café com elas. E tudo isso não apenas quando estiver a procura de emprego - dentro das empresas o networking também é fundamental, afinal, seus colegas serão seus próximos indicadores, tanto para promoções internas quanto para possíveis futuras colocações no mercado.

Outra dica é manter o pensamento em trabalho, e não em emprego, o que equivale a analisar modalidades variadas de vínculos trabalhistas, como a prestação de serviços terceirizados, entre outras.