
Santanna deixa a Telebrás
O gaúcho Rogério Santanna foi destituído da presidência da Telebrás nessa terça-feira, 31.
A informação consta em comunicado ao mercado enviado à Comissão de Valores Mobiliários.
No lugar de Santanna, Caio Bonilha, diretor Comercial na Telebrás, assume a estatal responsável pelo Programa Nacional de Banda Larga (PNBL).
Especializado em tecnologias, negócios e estratégias para empresas de telecomunicações e energia, Bonilha é gaúcho e formado em engenharia pela Ufrgs.
Atritos no governo
No comunicado, o ministro das Comunicações, Paulo Bernardo, que comanda a pasta à qual a Telebrás está vinculada, “prestou agradecimentos a Santanna”, sem justificar a saída.
A única explicação é que as alterações foram feitas para fortalecer as relações institucionais, conforme o comunicado enviado à CVM.
Entre os empresários, no entanto, Santanna já estava em clima de destituição desde o início do governo.
Crítico contumaz das grandes operadoras de telecomunicações no Brasil, a quem chamava de “choronas”, Santanna levantava a bandeira dos pequenos provedores para cumprir a meta do PNBL – internet de 1 Mbps a R$ 35 – na última milha.
Na percepção dos provedores, no entanto, Bernardo empunhava, discretamente, outra causa: a das teles.
Vitória das teles?
O rumo político da Telebrás, ao que tudo indica, seguirá sob a batuta do ministro Bernardo.
Bonilha já vinha trabalhando com Santanna na estatal e foi um dos responsáveis pela modelagem econômica montada para colocar a estatal novamente de pé. Segundo o site Convergência Digital, Bonilha é uma indicação direta da presidente Dilma Rousseff.
Fundador da empresa de consultoria Brampton Telecom, Bonilha tem agens pela CRT, qD, Alcatel e Celtec.
Último a saber
Ainda segundo o Convergência, Santanna reagiu com bom humor ao ser comunicado da sua saída, contando, que há algumas semanas, Bernardo já havia avisado que faria algumas mudanças na Telebrás.
“Eu só não sabia que a principal mudança era eu”, disse Santanna, ao deixar um projeto pelo qual diz ter se empenhado “durante cinco anos”.